Professores da rede estadual e
municipal de ensino paralisaram as atividades por 24 horas nesta terça-feira,
13, Dia de Luta em Defesa da Educação, para fazer uma mobilização na Praça
Municipal, centro de Salvador. Os docentes cobram do governo e município melhorias
trabalhistas, como a adesão ao piso salarial de R$ 1.187, 84, estipulado
em 2008 pelo Ministério da Educação (MEC) e aprovado pelo STF em abril deste
ano.
Os professores do município já
recebem o valor correspondente ao estabelecido, mas os do estado reclamam a
remuneração paga, de R$ 1.024, 163 abaixo do praticado em outros estados
brasileiros. Além disso, os docentes pedem que o acréscimo, com a efetivação do
teto, abranja ainda os professores dos níveis M (especialização), E (mestrado)
e D (doutorado)
De acordo com dirigentes
sindicais, o Estado está em negociação com
a categoria. Os professores aproveitaram a mobilização para criticar as
mudanças no Planserv, plano de saúde que passou a ter o número de consultadas
limitadas após mudança aprovada no dia 31 de agosto pela Assembleia Legislativa
da Bahia.
Já os professores municipais de
Salvador, que já recebem o teto nacional,
aproveitaram a ocasião para cobrar melhorias na estrutura das escolas e
contratação de novos profissionais. Segundo a vice-coordenadora da APLB
(Sindicato dos Trabalhadores em Educação na Bahia), Marilene Petros, existe um
déficit de docentes nas salas de aula. Houve um concurso em 2010 para a
contratação de professores, mas, de acordo com o Sindicato, muitos deles não
foram efetivados por problemas burocráticos na Secretaria da Administração.
Os docentes reclamaram ainda do
estado no qual se encontram muitas escolas municipais, onde faltam carteiras e
merenda escolar. A vice-coordenadora da APLB informou que algumas escolas até
recebem a merenda, mas que não é incomum a falta de alguns itens necessários
para a produção dos alimentos.
Algumas recebem frango, e fica faltando o arroz. Outros tem reposto o estoque
de leite, mas falta os outros itens necessários para o preparo do mingau. Os
professores municipais pretendem preparar uma carta para entregar ao prefeito e
secretário de educação com as reivindicações da categoria. Eles pedem melhorias
nas condições de trabalho e nas escolas.
Paralisação - A
interrupção das atividades nesta terça-feira, 13, atinge as 1.400 escolas
estaduais, que contam com 1 milhão e meio de alunos em toda a Bahia, e 418
colégios municipais de Salvador, onde estudam cerca de 800 mil pessoas. As
aulas serão retomadas nesta quarta-feira, 14, e todo o conteúdo programático
será reposto, segundo Marilene Petros.
Informações de A TARDE - Ilustração de Laerte.