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| Num pequeno recanto ou no país inteiro: Todos sob o império dos "ismos"! |
Oportunismo
É incrível como as ações denunciam nossos políticos a todo instante e, mesmo com atitudes tão óbvias, ninguém entende por que ainda sobrevivem como homens públicos. Há vários prefeitos que ainda não se declararam apoiadores de candidato A ou B, mesmo que seu partido tenha um nome lançado como candidato a presidente, governador ou senador. Muitos estão de olho nas pesquisas ou aguardando a liberação daquelas verbas dos orçamentos, secretos ou não. Numa roda de conversas um prefeito chegou a dizer que se a emenda de deputado bolsonarista fulano de tal fosse liberada ele não precisaria de política mais nunca na vida e votaria no presidente sem pestanejar. Uma gargalhada sonora substituía aquilo que seria, num país sério, os sons grotescos de vômitos!
Comunismo
Por outro lado, algumas atitudes de eleitores mostram por que estamos nesta situação. Esta luta de comunismo X capitalismo, que parecia coisa morta na história, voltou ao front com o combustível artificial das redes sociais. É tão grotesca a discussão que chega a ser hilária. Conheci um rapaz que está desempregado, vende óculos na praia, reclama que o aluguel do quarto está atrasado e é eleitor de Bolsonaro. Perguntado porque vota no presidente, ele respondeu: “Para evitar a volta do comunismo.” Igualmente absurdo foi ouvir de uma estudante universitária, ganhadora de uma bolsa integral em Pedagogia, que votaria em Lula para que nunca mais a corrupção voltasse ao poder público e o capitalismo americano não tirasse mais a comida dos pobres.
Egoísmo
O União Brasil está mostrando toda sua face egoísta. Quer lançar um candidato que não fará medo a ninguém, ou mesmo despertar alguma esperança. Será um candidato com o objetivo de gastar o dinheiro do Fundo Eleitoral, para não ter que devolver aos cofres públicos. O partido deve mesmo liberar seus filiados para votar em quem desejar para presidente. Cheios de grana, seus candidatos vão garantir a formação da maior bancada do Congresso Nacional e, lá na frente, negociar com quem quer que venha a ser eleito. Afinal, o que importa é o União Brasil e não o Brasil.
Petismo
A desintegração do PT como alternativa de poder para legendas satélites está com os dias contados na Bahia. Depois de anunciar Otto como candidato a governador e Rui Costa ao senado, em menos de uma semana, tudo mudou. O vice, João Leão, que seria o governador do resto do ano, ameaça ser o senador de ACM Neto, depois de saber que Otto desistiu e o PT lançaria um nome para a cabeça de chapa. Jaques Wagner correu para a imprensa para pedir desculpas a João Leão por ter dito que o PT lançaria candidato a governador, sem ouvir os aliados. Mas não é só isso: Wagner e Rui estão brigados. Hoje, já anunciam a chegada de Lula para apagar o incêndio. O que se vê mesmo é o pânico tomando conta daqueles que subverteram o próprio discurso em nome do continuísmo no poder, e agora vê o circo pegar fogo.
Continuísmo
Mas estamos longe de acreditarmos que a saída do PT do governo vai mudar alguma coisa. Mudam-se os nomes, mas a canoa é a mesma. ACM Neto é o continuísmo de roupa nova e maquiagem renovada. Tudo continuará igual, por mais que aqui e ali tenha uma obra a mais ou um cargo a menos. O sistema é ainda aquele implantado pelo velho ACM de guerra. Com todos os defeitos, os poderes são interdependentes e harmônicos, de forma que um não poderá apontar os defeitos do outro. E para os contrários? Basta usar a Lei. Assim, continuaremos a seguir o caminho para o mundo da Bahia no estado das maravilhas! Pior é saber que não há nem mesmo um Moro baiano para chamar de candidato.
Crudelismo
O massacre que o prefeito José Mendonça faz com os professores chega a ser algo cruel. Não se trata de dizer que está no meio de uma negociação. Os professores não estão negociando nada! Já foi dada a sentença: ou 33,24% ou justiça! Então por que a demora em mandar o projeto de Lei Complementar para a Câmara Municipal ou divulgar o percentual desejado pelo prefeito? O silêncio da administração municipal chega a ser cruel. Parece que o prefeito está mandando um recado para os professores para que eles saibam quem manda, quem está no controle e quem é o soberano!
Lavajatismo
O lavajatismo não é apenas um fenômeno ligado à Operação Lava Jato. Parece ser um processo de limpeza dos vícios e costumes dos nossos políticos. Até mesmo no Podemos, a candidatura de Sérgio Moro enfrenta vícios. Na Bahia, as nódoas são grandes e vai precisar de muita máquina para lavar a roupa suja. Conversei com Silvio Tito, assessor da deputada Professora Dayane Pimentel, que é a coordenadora da campanha de Moro na Bahia. Nada ainda está definido porque tudo passa pela nacional do partido. Não se sabe se o Podemos no estado lançara candidatos próprios na majoritária e nem mesmo há nomes definidos para uma chapa proporcional. Só uma coisa está limpa e clara: Sérgio Moro será candidato. Qualquer fala que contrarie isso é pura especulação e jogada suja de adversários.
