Sérgio Moro se mostra como o candidato a liderar uma força tarefa nacional para salvar o país e surpreende os adversários. (Foto: Divulgação)
As entrevistas dadas pelo ex-juiz da Lava Jato ao Conversa com o Bial, na Rede Globo, e ao Papo Antagonista e revista Crusoé foram os grandes fatos da semana. O que disse o ex-ministro vai sendo aos poucos digerido pelos adversários com certa surpresa. Moro não chamou ninguém para o confronto. Desperta a sociedade para a necessidade de unir forças e corrigir os rumos da nação. Esse é o grande lance de sua candidatura. Quem imaginava que ele chegaria para vinganças quebrou a cara.
Sérgio Moro aprendeu rápido a colocar os adversários sem ação. Depois de ter sofrido mentiras deslavadas e agressões de todos os tipos nas redes sociais, era esperado que o candidato viesse armado de argumentos para mostrar as feridas da incoerência dos falsos salvadores da pátria, tão comum na política nacional. Nem mesmo o Ciro Gomes, tido como o mais preparado dos candidatos, até então, foi capaz de reagir com inteligência e contrapor algo que superasse as entrevistas de Moro. O silêncio dos adversários é o sinal de que o ex-juiz surpreendeu.
Ao invés de apresentar a faca, Sérgio Moro convoca a todos para um programa de salvação nacional, tendo como prioridade imediata a recuperação da economia. Deixou claro que o que importa agora é o país. Foi humilde a ponto de até, em nome desta recuperação do Brasil, abrir mão de seu projeto, desde que haja outro, no mesmo caminho, com melhores condições para combater os extremos. Está claro que o juiz sabe que, vencendo Lula ou Bolsonaro, o Brasil continuará em crise por muito tempo.
Vamos ver como vai agir, por exemplo, Ciro Gomes. Insisto no nome do cearense porque ambos, unidos, formam uma terceira força imbatível, com percentuais em torno dos 20 por cento, suficientes para mandar logo para escanteio um dos extremos, que é Bolsonaro. Mas não sei até que onde vai o medidor de humildade de Ciro, a ponto de ele pedir desculpas e admitir que errou feio ao amplificar o discurso de que o ex-juiz foi parcial na operação Lava Jato.
Fato é que Sérgio Moro traz o discurso da pacificação, da humildade, da necessidade da união das forças políticas sérias para salvar um país. Coloca de lado o discurso do ódio, da vingança e se põe inteiro para o diálogo, mostrando como se faz política voltada para objetivos republicanos de um país sedento de futuro. Pode ser que ouçam essa música harmônica a tempo. Sabemos das dificuldades de se pregar isso numa nação doente de ódio, mas o importante é que ela está aí. As eleições de 2022 já valerão a pena se Sérgio Moro se consolidar como candidato competitivo. É nossa janela de esperança.