Enquanto a CPI fazia seu papel, Centrão, Bolsonaro e PT se unem para livrar a cara dos corruptos. (Foto: Senado Federal)
A Comissão Parlamentar de Inquérito - CPI - hoje finaliza seus trabalhos dando ao país um documento vigoroso. Serão mais de 80 denunciados e várias sugestões de alterações em leis e criação de outras que permitirão nunca mais repetirmos os erros que cometemos nesta pandemia. Foi um trabalho de honrar qualquer parlamento, apesar de o relator ser um velho conhecido da República das Alagoas. Mas ficou provado que se Renan Calheiros quisesse teria sido um grande parlamentar. O fato de ele ser o que é não desmerece a CPI e coloca em sua biografia algo de que poderá se orgulhar no futuro. Dos Bolsonaristas, nenhum se salva. Fizeram o papel do Centrão e continuarão usando o estado para permanecer sugando o próprio estado. Enquanto isso, para não dizer que vamos ter esperança por um dia, Arthur Lira, também da República das Alagoas, pode comemorar a sanção presidencial da nova Lei de Improbidade Administrativa, que afrouxa a punição dos crimes contra a administração pública. O Centrão, Lula, Bolsonaro e várias empresas corruptas ficarão livres de vários processos.
A nova lei sancionada hoje por Bolsonaro acarretará na prescrição automática de três ações de improbidade contra o presidente da Câmara, uma das quais com condenação em segundo grau, que foi a rachadinha da Assembleia Legislativa de Alagoas. Sim, a prática dos filhos de Bolsonaro também existiu na terra de Graciliano Ramos. A nova lei salvou a candidatura de Lira, que ficaria inelegível agora em 2022. Também pode permitir que prefeitos como Ricardo Maia, de Ribeira do Pombal, consiga legenda para concorrer ano que vem. Por isso que a medida teve apoio de todos os partidos e foi votada rapidamente. A anulação das ações se dá pela chamada "prescrição intercorrente", de quatro anos no curso do processo, entre a inicial e a sentença; e de quatro anos entre a sentença e o acórdão do tribunal local; e ainda de quatro anos entre a sentença de tribunal local e de tribunal Superior.
Foi uma lei feita de encomenda para salvar muita gente. A prescrição intercorrente também beneficiará Ricardo Barros (PP), um dos denunciados da CPI e líder do governo na Câmara, e Weverton Rocha (PDT), que foi o relator da matéria original, da lavra de Carlos Zaratini (PT). Enquanto, pois, a CPI luta para desbaratar ações desumanas praticadas pelo governo Bolsonaro, todos os políticos do Congresso Nacional se abraçam num mar de corrupção para não morrerem afogados. Agora todos estão numa ilha tranquilos e dois deles, pelo menos, o povo ainda acha que salvará o país: Lula e Bolsonaro. Só o povo é capaz de purificar almas tão putrefatas, enquanto é o próprio povo que paga com seu corpo, suor e lágrimas a conta desta insanidade toda.