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Neópolis - Cidades do Velho Chico - 31

O Império da Maldade

Todos os dias da nossa existência precisamos dominar o mal dentro de nós.

Não se iluda. O mal será sempre e eternamente mau. E, para você que não consegue ler mais que um título de um dado texto, faça um esforço e se junte aos pouco mais de 22 leitores e perceba quão engenhosa é a maldade. Ela é parte do nosso agir. Está inserida e camuflada em cada ação nossa, por mais que venhamos a negar que contribuímos todos os dias para a efetivação do mal em nossa sociedade. 

É clássico citar Hitler como exemplo do mal, mas esquecemos daqueles que o apoiaram trazendo consigo na boca o gosto amargo do ódio e da discriminação. É fácil dizer que a culpa foi do líder ou imaginar que uma legião foi enganada com os discursos de um oportunista, num país com uma educação bem desenvolvida. Não dá para dizermos certamente quem enganou quem, mas está claro o domínio do lado perverso daquelas pessoas.

Recebi um vídeo um dia destes no qual uma mãe espancava violentamente uma garotinha de seis ou sete anos. Levada para a delegacia, a agressora justificou que perdeu a cabeça. Era mãe solteira, o pai da criança não mandava a mesada há meses e ela tinha que trabalhar. Estava sem dinheiro para comprar o básico e, diante de tudo, não suportou uma malcriação da criança. Daquela mãe judiada pela vida emanou a maldade a ponto de ferir bestialmente sua filha. Episódios como estes mostram que a maldade está em nós e precisamos dominá-la diuturnamente. A mãe só é amor quando ela domina seu lado perverso.

Hoje é dia 11 de setembro. Todos sabem o que aconteceu há 20 anos. Foram quase 3 mil vidas humanas ceifadas. Senti uma pena enorme de Nova Iorque e dos americanos. E me perguntava sempre por que tanto ódio! Também queria saber como poderia existir uma Klux-Ku-Klan no solo da maior democracia do mundo. Ainda mais, tirando as justificativas de Bush, não dá para entender a invasão do Iraque e a existência da prisão de Guantânamo. 

No romance Memórias Póstumas de Brás Cubas, o protagonista encontra seu ex-escravo, que havia apanhado muito no passado, chicoteando furiosamente um escravo. Agora que era livre e andava tal qual os senhores de escravos, não perdia tempo de demonstrar seu poder em público. Ao ser questionado por Brás do motivo daquela violência toda, o ex-escravo justificou dizendo que agora era a vez dele. Machado de Assis sempre encontrava um jeito de mostrar que a maldade não escolhe classe social.

E se levarmos para a atual polarização política no Brasil, há mais exemplos do que possa idealizar a nossa vã filosofia. Os pregadores de uma sociedade igualitária, socialmente justa e progressista escondem o desejo perverso de meter a mão no erário público. Os que se auto intitulam conservadores nos costumes, que pregam Deus, família, pátria e liberdade, além de corromper, querem uma sociedade armada. Mais do cardápio: um fica apontando os defeitos do outro, que, na verdade, são seus!

Para deixar calados aqueles que não querem que eu fale dele, vou colocar em prática minha maldade: Bolsonaro não arregou! O recuo dele faz parte do seu cardápio de maldades como estratégia para livrar a si e aos filhos da cadeia. Além disso, arrasta consigo o STF. O ministro Alexandre de Morais não tinha nada que ficar atendendo telefonema de alguém que o chamou de canalha, é investigado pelo STE e STF e ainda disse que não cumpriria nenhuma determinação deste. Errou, Morais! Talvez esteja o ministro colocando em prática o seu lado maldoso. 

O mais perverso de tudo isso é que há um caos no país. Estamos batendo na porta do 600 mil mortos, a gasolina chegou aos 7 reais, o botijão de gás passa dos 100, a inflação está próxima dos dois dígitos, o salário está pequeno, o desemprego está grande! E qual o assunto do momento? Caminhoneiros querem a destituição dos 11 ministros do STF, Bolsonaro quer o fim de Barroso e Alexandre de Morais, bolsonaristas lotam as avenidas do país e querem intervenção militar com o Mito no poder. Todos movidos pela maldade, alimentados, inclusive, pelos Adrilles, Constantinos, Aras, Liras, Lulas, Trovões, Têmeres, Gilmares e outras entidades difusoras das intermináveis maldades deste país.

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