Além da pandemia, o país está doente com as mentiras de Bolsonaro (foto: Catraca Livre) |
É lamentável que um país como o Brasil seja colocado à prova num momento tão difícil. A democracia nunca esteve tão ameaçada. Talvez vivamos o nosso mais ferrenho teste de sobrevivência como nação. O bolsonarismo veio para fortalecer nossos laços sólidos com a convivência democrática ou nos transformar numa Venezuela chavista. Já não é mais o país dos políticos que roubam mas fazem. Pioramos muito. Hoje, somos roubados, desdenhados, menosprezados e ainda temos que assistir, passivos, ao pseudopresidente de plantão, que nada administra, fabricar uma mentira seguida de outra e colocar na berlinda as nossas instituições. Quem imaginava que a corrupção era nossa desgraça, precisa ver esta somada à boçalidade de um presidente mentiroso.
Desmascarado pelo TCU – Tribunal de Contas da União, o pseudopresidente Jair Bolsonaro insistiu no discurso mentiroso de que um acórdão do TCU indica que aproximadamente metade das vítimas de Covid-19, em 2020, morreram de outras causas. Na segunda-feira (7), quando Bolsonaro deu a declaração pela primeira vez, veio o desmentido do órgão de contas. Mas qual a fonte da mentira? A revista investigativa Crusoé descobriu que o presidente se baseou em um documento não oficial inserido no domingo no sistema do TCU pelo auditor Alexandre Figueiredo Costa Silva Marques, amigo dos filhos de Bolsonaro.
Mesmo admitindo que não foi o TCU, Bolsonaro, em conversa com apoiadores nesta quarta-feira (9), disse que a supernotificação pode chegar a quase 45%. Cria uma mentira para cobrir outra e, sem temer nada num país com foro privilegiado, vai injetando narrativas que abastecem crises institucionais diariamente. Disse o pseudopresidente que “o TCU fez dois acórdãos, não sei porque tiraram do ar, dizendo que o critério mais importante para mandar recursos para estados é as notificações de Covid. O próprio TCU disse que essa prática poderia não ser a mais salutar, porque incentivaria supernotificações. Alguns governadores, para receber mais dinheiro, notificavam mais mortes por Covid.”
Não contente com uma mentira deslavada, cria mais outra afirmando que o Brasil teria uma das menores taxas de mortes por milhão de habitantes se não fosse a supernotificação. Também, para se defender da verdade, diz que está sendo perseguido pela imprensa. “Tem gente querendo desqualificar o que eu estou falando para não incriminar governadores.” A quantidade de mentiras é tão grande que deixou o país doente. Tão doente que, prostrado, não consegue se levantar e botar o pseudopresidente para correr.