Marina Silva participou da Sessão de aprovação do Rede |
O Tribunal Superior Eleitoral
(TSE) aprovou nesta terça-feira (22) a concessão de registro para a Rede
Sustentabilidade, partido idealizado pela ex-ministra e ex-senadora Marina
Silva. Com a decisão, a legenda fica apta a receber filiados e lançar candidatos
para as eleições de 2016. É o 34º partido do país – no último dia 15, o TSE
tinha autorizado o 33º, o Partido Novo.
Os fundadores da Rede tentaram
obter o registro em 2013, a fim de lançar Marina candidata à Presidência pela
legenda no ano passado, mas tiveram o pedido negado por falta do apoio mínimo
necessário na ocasião. A ex-senadora acabou disputando a eleição presidencial
porque se filiou ao PSB e integrou, como vice, a chapa encabeçada pelo
ex-governador Eduardo Campos. Ela se tornou candidata a presidente após a morte
de Campos em um acidente aéreo – obteve 22,1 milhões de votos e ficou em
terceiro lugar, atrás de Dilma Rousseff (PT) e Aécio Neves (PSDB).
Em 2013, a Rede havia apresentado
assinaturas de 442 mil eleitores validadas pelos cartórios eleitorais, mas a
lei exigia 492 mil, o equivalente a 0,5% dos votos dados para os deputados
federais nas eleições de 2010. Em maio deste ano, Marina apresentou outras 56,1
mil assinaturas, somando apoio de 498 mil eleitores, acima do exigido
atualmente (486,6 mil eleitores).
No fim de agosto, o
vice-procurador-geral eleitoral, Eugênio Aragão, se manifestou favoravelmente
ao registro da Rede. Para ele, a nova legenda não precisaria apresentar mais
assinaturas, de pessoas não filiadas a outros partidos, uma nova exigência
aprovada neste ano pelo Congresso para a obtenção de autorização pela Justiça
Eleitoral. Na sessão desta terça, o pedido de registro teve os votos favoráveis
do relator, João Otávio de Noronha, e dos ministros Herman Benjamin, Henrique
Neves, Luciana Lóssio, Gilmar Mendes, Rosa Weber e do presidente do TSE, Dias
Toffoli.
Em seu voto, Gilmar Mendes
lembrou da dificuldade de Marina em registrar o partido e ao final elogiou a
participação da ex-senadora na eleição do ano passado. "Marina perdeu as
eleições, mas ganhou a nossa admiração. Portanto, perdeu ganhando",
afirmou.
Ao final do julgamento, Dias
Toffoli chamou a atenção para o crescimento do número de legendas no país. "A
se manter esse sistema, da distribuição do tempo de TV e do Fundo Partidário,
cada deputado federal quererá ser o seu partido político. De 34 passaremos a
ter 513 partidos políticos”, afirmou, em referência ao número de deputados da
Câmara.
Marina Silva
A ex-senadora acompanhou
pessoalmente a sessão do TSE que aprovou a concessão de registro à Rede
Sustentabilidade. Após a decisão dos ministros, ela disse (veja no vídeo, no
alto) que o objetivo do novo partido é colocar a sustentabilidade "no
centro da discussão do desenvolvimento econômico e social" do país. "Uma
das questões mais urgentes dessa agenda é a sustentabilidade política. Nós
dizíamos em 2010 que iríamos perder muito daquilo que havia ganho na economia,
na inclusão social e na democracia em função do atraso na política. É o atraso
na política que tem levado a perdas que nós imaginávamos que não iria iríamos
acontecer", declarou.
Ana Dalva quer ir para o Rede |
Ana Dalva, Gilvan, Marcelo e
Genildo
Em Heliópolis, a vereadora Ana
Dalva já manifestou desejo de se filiar ao novo partido. Ela apoiou Marina
Silva e Lídice da Mata e disse que só não se filiará se o partido não quiser.
Ana Dalva está filiada ao PPS – Partido Popular Socialista – desde 1995. “Embora
a nível nacional o PPS tenha cumprido seu papel, aqui na Bahia parece que o
partido está destinado a selar o destino de um homem só. Lamento muito. É uma
pena. Ainda bem que agora eu já tenho um lugar onde possa voltar a sonhar.”
Além de Ana Dalva, o presidente da Câmara de Vereadores de Ribeira do Amparo,
Genildo Reis, o vereador de Fátima Gilvan de Pedro de Dé e o ex petista Marcelo
Silva, de Ribeira do Pombal, estão com as malas prontas para o Rede. O número
do partido será o 18.
Com informações do G1.