Dilma Rousseff lutando contra o impeachment |
O presidente da Câmara, Eduardo
Cunha (PMDB-RJ), leu nesta tarde o ritual da abertura de um processo de
impeachment da presidente em resposta a uma questão de ordem do líder do DEM,
Mendonça Filho (PE). Foi o suficiente para o plenário lotar de súbito e começar
a confusão. Parece que a palavra impeachment está deixando muita gente nervosa,
inclusive o PT. Opositor do governo, mas contra o impeachment, o deputado Miro
Teixeira (PROS-RJ) fez uma reclamação do plenário. Lembrou que a leitura por si
só neste momento, com o governo fragilizado, pode parecer um golpe. Fica a
dúvida se Miro está defendendo a democracia ou a presidente Dilma.
O líder do PT, Sibá Machado (AC),
pediu o tempo da liderança para protestar. Indicou para discurso o deputado
Wadih Damous (PT-RJ), ex-presidente da OAB seccional Rio, que já tinha uma
defesa pronta. Parece que estão prevendo tudo. Já pensaram o PT fazendo isso
quando governa? Certamente o país não estaria nesta situação. Mas o Wadih
lembrou que o presidente atropelou a pauta, porque o tema não estava na ordem
do dia, e ele não poderia usar o tempo da sessão para responder a questão de
ordem com teor dessa magnitude. Recordou ainda palavras do então deputado
Nelson Jobim, de 1992, que não cabe ao presidente da Casa dar opinião sobre tal
questão em sessão.
Ouvindo isso, é ironia pensar num
PT legalista agora, defendendo regimentos e tudo mais. O partido não fez isso
na Petrobras. Agora, o Partido dos Trabalhadores vai entrar com mandado de
segurança no Supremo Tribunal Federal para tentar derrubar esta sessão. A
oposição vê com naturalidade a leitura da resposta. Partidos governistas
apontam uma tentativa de mandar recado a Dilma e criar um clima para uma
eventual abertura do processo. Mesmo estando num centro de um furacão, a
presidente Dilma viaja a Nova York para participar da assembleia geral da ONU e
volta até o fim da semana que vem.
(Com informações do BLOG COLUNA
DA ESPLANADA, de Leandro Mazzini, do UOL)