A Pátria Educadora é madrasta da educação |
Eu não sei como ainda não virou
um escândalo nacional, mas é fato que o Estado da Bahia já vem enfrentando
problemas financeiros há muito tempo. Também não sei como tanta grana é gasta
com propaganda, afirmando que o superávit das contas do governo estadual andou
em torno do 1 bilhão de reais. Dá a impressão que o governo do PT está
escondendo um rombo que já é visível a olho nu. O governador Rui Costa vai
inaugurando obras que deveriam ter sido inauguradas o ano passado, fingindo que
o estado está bem. Não será surpresa em breve o anúncio da quebradeira geral.
E só atentar para o que está
ocorrendo com o Colégio Estadual José Dantas de Souza. Já estamos em abril, um
mês após o início das aulas, e ainda não há merenda escolar. Por falta de
pagamento, o telefone da escola foi cortado. Ninguém confirma, mas há atrasos
também no pagamento da água e da energia. Parece que o superávit foi adquirido
com a suspensão de vários pagamentos. Será que o objetivo seria usar a economia
para passar a ideia da eficiência do governo, escondendo sua incompetência? Se
foi isso, o tiro está saindo pela culatra. Até porque não se pode explicar como
um estado tão superavitário não consegue dar sequer um aumento para corrigir os
salários de uma inflação galopante. Os 13,01% dos professores parece que não
vão sair e a greve será o único recurso. Para evitar isso, haverá 3 dias de
paralisação (15,16 e 17 de abril). Rui Costa, até aqui, não se manifestou. Deve
já ter esquecido os 115 dias de greve de outrora.
Hoje, o Bahia Notícias traz a
paralisação das universidades estaduais na Terra-mãe da nossa Pátria Educadora.
Nesta quarta-feira (8) fazem ato público em frente à Secretaria de Educação do
Estado, Centro Administrativo da Bahia, em Salvador, em reivindicação por mais
aumento do repasse orçamentário do estado. Professores, estudantes e técnicos
da Uneb (Universidade do Estado da Bahia), Uefs (Universidade Estadual de Feira
de Santana), Uesb (Universidade Estadual do Sudoeste Baiano) e Uesc
(Universidade Estadual de Santa Cruz) lutam para que o ensino superior do
estado não perca qualidade. Entre os itens de reivindicação estão a ampliação
do quadro de vagas e desvinculação das classes, respeito aos direitos
trabalhistas dos docentes e aumento dos incentivos do Estatuto do Magistério
Superior. Dos seis itens da pauta, cinco estão diretamente relacionados à
reivindicação por maior repasse orçamentário do estado. Desde 2011, os
professores reivindicam pelo menos 7% da Receita Líquida de Impostos para
suprir as demandas de ensino, pesquisa e extensão.
Além das demandas na área da
educação, a saúde vai mal, obrigado. O jornal Correio noticiou que o Hospital
Estadual da Criança (HEC), em Feira de Santana, informou nesta terça-feira (7)
que pode suspender o funcionalmente pleno a qualquer momento e tem estoques que
podem durar apenas até a sexta-feira (10) por conta da falta de repasses de
quatro faturas do Governo do Estado. Segundo nota da unidade médica, o Estado
deve mais de R$ 22 milhões destas faturas - uma do exercício anterior, dezembro
de 2014, e as outras referentes aos três primeiros meses de 2015.
Hospital Santa Teresa (foto: Joilson Costa) |
Mas não fica só por aí. O
Hospital Regional Santa Teresa, de Ribeira do Pombal, motivo de muita briga no
horário eleitoral entre PT e DEM, está com atendimento limitado. Fala-se em
falta de repasse do governo estadual deste outubro do ano passado. O hospital
está na UTI financeira e a Fundação que administra a instituição já não tem
mais reservas para manter o atendimento. A direção do Santa Teresa não quer se
manifestar, mas o burburinho é que a coisa está para lá de caótica.
Juro que não imaginava que
chegássemos a um ponto desses. O PT está quebrando o Brasil e a Bahia. Os lemas
dos governos são meras peças de propaganda. A Terra-mãe do Brasil mata seu povo
cortando verbas da saúde. Também deixa o seu povo sem educação de qualidade,
até chegando ao ponto de não pagar conta de telefone. E não preciso aqui dizer
o que Dilma, a presidente Coração Valente, está fazendo com os programas
educacionais lançados pelo próprio governo. É uma tristeza. Se isso fosse feito
pela tão malfadada elite brasileira, era fatídico dizer que sempre fizeram tal
e nunca valorizaram mesmo o povo. Mas são supostos trabalhadores ou defensores
da classe que estão pisando literalmente na cabeça dos seus companheiros. Vão
sair do governo um dia sem ter feito as revoluções na educação e na saúde tão
esperadas pelo povo sofrido deste país. Hoje são apenas meros políticos
disputando mandatos ou tentando se equilibrar na corda bamba, anunciando obras
de fachada recheadas de superfaturamento para financiar o pragmatismo
governamental do momento. Nossa Terra-mãe tem uma política madrasta e a Pátria
Educadora lesa o interesse da nação ao praticar cortes drásticos em setores
fundamentais, como o da educação, com a desculpa de cobrir rombos
protagonizados pelos próprios companheiros no poder.