Landisvalth Lima
Eliana Calmon (PSB) - candidata ao senado |
Eu sou suspeito. Eu sou um
admirador seu. Tudo que aqui possa falar não seria novidade e alguns podem
pegar como propaganda. Façam o que quiser, mas quando eu recebi o e-mail de
Gama Neves, vice-prefeito de Heliópolis, chamando atenção para uma postagem
publicada no portal Sertão Baiano,
assinada pelo jornalista Daniel Pinto, não pude resistir. Preciso desejar a
esta mulher incomum uma longa vida nada comum.
Na postagem, Eliana desabafa e
diz que o PSB é um partido vendido. Não! Ela não se referiu à instituição de
Lídice da Mata, de Marina, de Eduardo Vasconcelos, de Landisvalth Lima, de Rose
Bassuma, de Rodrigo Hita, de Beto Albuquerque e da própria Eliana Calmon, mas
ao PSB que é usado no interior, como vários outros partidos, apenas para dar
legenda a políticos carreiristas, oportunistas, sem nenhum compromisso com a
transformação da sociedade.
Segundo a ex-ministra, como diz a
reportagem, completamente despida da hipocrisia dos políticos profissionais, a
candidata ao Senado pelo PSB da Bahia, ao ser confrontada com as dificuldades
da campanha e o desempenho tímido nas pesquisas de intenção de votos, não teve
pudor em responder: “para meu nome chegar
até a população, chegar ao interior do estado, eu precisava ter um partido
forte, que não tenho. O PSB é um partido pequeno, partido vendido. Uma porção
de gente que está aí se vendeu ao PT, se vendeu ao DEM. Eu tinha escrúpulos de
falar isso. Agora, não tenho. Porque partido aqui é uma conversa fiada. Vou em
vários municípios que os prefeitos do PSB nem me recebem porque já estão
comprometidos”.
Eu vou aqui comprovar o que ela
afirmou, mas vou usar o que conheço. Em Heliópolis, o vereador Ronaldo Santana
(DEM) está comprometido com a campanha de Rui Costa (PT) e vai apoiar José
Nunes (PSD) e Vando (PSC). O próprio prefeito Ildinho (PSC), de partido que
apoia Paulo Souto, está comprometido com Rui Costa e não vai apoiar o Pastor
Everaldo, mas Dilma. O vereador Valdelício Dantas da Gama (PSD) está de mala e
cuia apoiando Paulo Souto e toda chapa. Vários petistas estão pedindo voto para
Vando (PSC), que é da coligação de Paulo Souto. Há ainda outras incoerências
menores, mas que servem de provas concretas para reforço da desilusão de minha
candidata ao senado. A cúpula do PSB de Heliópolis, por exemplo, até aqui, não
fez nenhum esforço ou demonstração de que vá apoiar algum candidato do partido,
nem mesmo da coligação. Na Bahia, o apoio do PPS a Paulo Souto no primeiro
turno também mostra o nível ético dos nossos políticos.
A reportagem também fala que Eliana
Calmon revela que recebeu proposta de financiamento completo da campanha, caso
se comprometesse a votar e fazer lobby pela aprovação dos bingos e caça-níqueis
no Congresso Nacional. “O problema está no sistema eleitoral e ninguém aprova a
reforma política. É de ‘fio a pavio’: todo mundo quer um pedaço de dinheiro
(...) Estou na política porque o cidadão de bem tem que tomar conta do pedaço.
Qual a coisa nova que se tem na Bahia?”, questionou. “Só Eliana Calmom”,
respondeu o âncora do Jornal da Caraíbas. “Uma mulher de 69 anos é a
‘cocotinha’. Alguma coisa está errada!”, completou a ex-corregedora.
Eliana Calmon também falou mal do
PT. Disse que, caso Lídice da Mata, a candidata ao Governo do Estado da sua
coligação, esteja fora do 2º turno, ela seguirá a orientação de Marina Silva,
descrita como sua principal referência. Entretanto, se estiver à vontade para
escolher, apoiará o PSDB em contraponto ao PT. Durante o bate-papo, a
postulante ao Senado Federal também falou sobre problemas crônicos que afetam
os produtores do semiárido, como a estiagem, dívidas bancárias e falta de
projeto público de sustentabilidade hídrica; corrupção, entraves e burocracia
nos poderes da República e a promíscua relação entre Executivo e Judiciário.
Será que seria só na Bahia que uma mulher dessas
não chegaria ao senado? Ela teria uma ótima participação em São Paulo ou em Brasília,
mas escolheu disputar por aqui. Bom para nós. Seja qual for o resultado, Eliana
Calmon está revelando a verdadeira cara da política baiana. Só em mostrar isso,
já começamos a mudar algo. Eu sei que é um balde de virtudes para curar um oceano
de vícios, mas já é um início. Só espero que ela viva muitos anos para dar a
essa Bahia o caráter devido. Além de Marina, que já vem transformando ideias em
possibilidades desde a última eleição, Eliana Calmon foi o ponto positivo aqui
na Bahia. Digo mais: é a única coisa verdadeiramente nova nesta terra de coronéis
de cabeça branca, com candidatos tirados do bolso do paletó e impostos mediante
o controle do dinheiro numa mão e o chicote na outra. Vida longa, minha
Senadora!
Criatividade
A política de Heliópolis estava carente de novidades. Não vale citar perseguições. Isto não é novo. Mas agora vem aí o M.O.F. - Movimento de Olho no Futuro. A ideia é do secretário de administração, filho do prefeito Ildinho, Beto Fonseca. Não! Não tem nada a ver com a afirmação de Ildinho de que perdendo um bem-te-vi vai em busca de dois pardais. É outra coisa. Vamos aguardar!