Marina Silva (PSB) entra na disputa pela Presidência
com 21% das intenções de voto. Segundo o Datafolha, ela larga em segundo lugar
na corrida presidencial, um ponto à frente de Aécio Neves (PSDB) –o que os
coloca em situação de empate técnico– e 15 pontos atrás de Dilma Rousseff,
candidata à reeleição pelo PT.
Inicialmente inscrita como vice na chapa de Eduardo
Campos, o presidenciável do PSB morto no último dia 13, a ex-ministra tem um
desempenho que afasta a chance de a eleição ser resolvida no primeiro turno.
Já na simulação de segundo turno, Marina, que deve
ser oficializada candidata na quarta-feira (20), fica numericamente à frente de
Dilma, com 47% das intenções de voto contra 43% da presidente.
É uma situação de empate técnico nos limites máximos
da margem de erro, que é de dois pontos percentuais para mais ou para menos.
Contra Aécio, Dilma venceria o segundo turno por 47%
a 39%. Nesse caso, os oito pontos de diferença representam uma ampliação da
vantagem da petista. Em meados de julho, o cenário era de 44% a 40% (empate
técnico).
A hipótese de conclusão da eleição no primeiro turno
é afastada porque Marina surgiu com quase o triplo das intenções de voto em
Campos (8%), porém sem provocar alteração nas taxas dos rivais mais
competitivos.
Com Campos no páreo, Dilma também tinha 36%. Aécio
alcançava os mesmos 20%.
Na comparação direta entre o cenário atual, com
Marina, e o cenário anterior, com Campos, caíram de forma notável os percentuais
de eleitores sem candidato.
Intenções de voto nulo ou em branco eram 13%. Com
Marina candidata, essa taxa recuou para 8%. Indecisos eram 14% e agora são 9%.
Vários analistas apresentaram Marina como possível
herdeira de um grupo crescente de eleitores descontentes com o sistema
político. Nos protestos de junho de 2013, um sentimento de rejeição aos
partidos ficou explícito.
Os dados da atual pesquisa combinam com esse tipo de
interpretação. Muitos que pensavam em fazer um voto de protesto (anular), ou
estavam com dificuldade para escolher, vão de Marina se essa opção estiver ao
alcance.
Outra informação que reforça essa tese aparece na
simulação de primeiro turno da atual pesquisa sem o nome de Marina no cartão de
resposta –situação que seria possível caso o PSB deixasse de lançar a
ex-ministra de Lula e abrisse mão da candidatura própria.
Nesse cenário, Dilma venceria a eleição já no
primeiro turno com 41% (oito pontos a mais que a soma de seus rivais). Mas o
percentual de eleitores sem candidato continuaria alto: 13% de brancos e nulos,
12% de indecisos.
Um conjunto de dados da atual rodada do Datafolha
sugere que a entrada de Marina na disputa ocorre num momento de recuperação de
Dilma. Além da ampliação de sua vantagem sobre Aécio no teste de segundo turno,
a avaliação do governo melhorou, sua taxa de rejeição oscilou para baixo (35%
para 34%), e as intenções de voto espontâneas com seu nome oscilaram para cima
(22% para 24%).
O Datafolha ouviu 2.843 eleitores em 176 municípios
nos dias 14 e 15 de agosto.
Informações da Folha de São Paulo