HELIANA FRAZÃO - Agência Estado
Marina Silva não se preocupa com adversários |
A provável candidata a
vice-presidente da República pelo PSB, Marina Silva, disse, nesta terça-feira,
29, em Salvador, que o ex-presidente Lula é uma bala de prata que o PT tem, e
que isso é inquestionável. A declaração se deu em resposta a uma pergunta sobre
eventual candidatura de Lula à Presidência, face às seguidas quedas na
popularidade da presidente Dilma Rousseff, que deverá concorrer à reeleição, em
outubro.
"O problema é que a bala de
prata não pode falhar, quando ela falha, tudo desmorona. O presidente Lula tem
que avaliar e o próprio PT tem que ver. Se eles acham que o governo da
presidente Dilma está tão ruim, se acham que foi um erro tê-la como candidata,
eles farão uma substituição. Se não tiverem essa avaliação irão apoiá-la",
analisou Marina. Segundo ela, no PSB não existe a lógica de oposição por
oposição. "Vamos firmar uma posição com Lula ou com Dilma. Não me preocupo
com adversários, prefiro me preocupar com a obrigação que temos de não nos
omitir diante dos erros que vêm sendo praticados", disse fazendo
referência, entre outros, aos escândalos envolvendo a Petrobras.
A candidata a vice do PSB afirmou
ainda convicção de que a eleição presidencial deste ano será decidida em
segundo turno. Ela deu uma espetada na presidente Dilma, que também estava na
Bahia, nesta terça-feira, ao dizer que o povo brasileiro tem sabedoria e não
daria uma vitória em primeiro turno a quem "contribuiu para a elevação da
inflação, das taxas de juros e para o baixo crescimento econômico do País".
Segundo ela, caso as eleições fossem decididas em primeiro turno, seria uma
demonstração de que o povo estaria afirmando e reafirmando os erros praticados
nesse governo, e o povo é sábio. Marina reforçou que o país atravessa um
momento de crise, e voltou a citar a Petrobras. "Num momento desses não se
define uma eleição em primeiro turno", insistiu.
Marina discordou da avaliação feita pelo
presidente Lula de que o julgamento do mensalão teve "80% de decisão
política e 20% de decisão jurídica". Para ela, a sociedade e o Supremo
Tribunal Federal já deram o seu parecer sobre o dolo. "Agora não cabe
fracionar os 100% que o povo e o STF decidiram. O que cabe a partir de então é
encontrar mecanismos para que o erro não se repita", opinou.