Pedro Fernando (foto: Luiz Sales/Blog do Gomes) |
Em entrevista dada ao Blog do
Gomes, os grevistas disseram que as empresas BC Serviços (atraso de três meses)
e Shalev (atraso de dois meses) chegaram até a marcar uma data para o pagamento
dos atrasados, mas não cumpriram o combinado. Daí, os terceirizados foram
obrigados a cruzar os braços. Além de enfrentarem a falta do pagamento, muitos
funcionários estão sendo coagidos a voltarem ao trabalho sob ameaça de
demissão. Na última terça-feira (10), o Diretor da DIREC 11, prof. Pedro
Fernando, afirmou ao também Blog do Gomes que não se sabia com clareza o porquê
desses atrasos nos pagamentos de salários, mas não se descartaria a
possibilidade de o Estado estar enfrentando
um momento de redução nas suas receitas, gerada por diversos fatores.
Lógico que o professor não quis dizer, e não podia, que os fatores são
incompetência, longa folha de comissionados e a falta de um governo
comprometido com as transformações sociais. Tudo que era bandeira do PT, no
passado.
Mas Pedro Fernando praticamente colocou a culpa nas empresas. Disse que “a obrigação de
saldar as dívidas com esses funcionários é das empresas, e não do Estado, uma
vez que esses funcionários não pertencem ao quadro de agentes públicos do
Governo, mas sim do quadro de funcionários dessas empresas contratadas para a
prestação desses serviços. Em face disso, o principal motivo para o estopim
dessa greve (vale ressaltar, entende como legítima) é a incapacidade e a falta
de suporte econômico dessas empresas em honrar seus compromissos.” Perfeito!
Mas o Estado não fez uma avaliação detalhada destas prestadoras de serviços? Ou
elas são apenas empresas de fachada, que escondem muito mais do que a simples
prestação de serviços? E outra: o Estado não deveria honrar compromissos com os
pagamentos dos contratos? O que o Diretor da DIREC não pode dizer é que o
Governador do Estado da Bahia, Jaques Wagner, é o grande responsável por tudo o
que está acontecendo.
Na mesma entrevista ao Blog do Gomes, Pedro
afirmou que as empresas não tiveram seus contratos suspensos com a secretaria
de educação. A suspensão foi com empresas da Casa Civil. Quando indagado sobre as supostas
ameaças feitas aos grevistas, disse que em momento algum houve qualquer tipo
manifestação de coação para com esses funcionários e lamentou a greve,
afirmando que os grandes prejudicados nessa história são os alunos, que estão
sendo privados de seus direitos educacionais, e, em maior amplitude, toda a
coletividade. É verdade. Inclusive os próprios grevistas. Ficar três meses sem
receber salário, é caso de polícia. É nessa hora que não se entende onde estão
os Juízes, os Promotores, os Deputados, os Prefeitos, os Vereadores, a OAB, O Ministério Público. Alguém viu
algum Senador bradando contra o atraso destes salários? E se fossem os salários
destes senhores e senhoras? É lamentável que, como 6ª economia do mundo,
tenhamos fatos como estes em pleno século XXI. E isso num governo de um partido
que se diz dos trabalhadores. Dá para entender?