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Neópolis - Cidades do Velho Chico - 31

O secretário da bagunça e o outro

Associados do STRH querem agora eleger uma diretoria regular (Foto: Jorge Souza)
O Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Heliópolis está passando por uma das suas piores crises. Mais uma vez, o personagem antagonista é o nosso atual Secretário de Agricultura e ex-companheiro petista José Andrade Guerra. Quando ele saiu por aí com Mundinho do Tijuco a tiracolo, pedindo apoio do povo para que fosse o ex-vereador presidente na nova Comissão Diretora do STRH, logo vi que a coisa não estava bem. Zé Guerra quer que Mundinho fique os três meses na administração do Sindicato para facilitar a candidatura de Aderaldo, o atual presidente do Partido dos Trabalhadores. Esta nova crise vivida pela maior representação trabalhista no município tem, mais uma vez, o dedo ambicioso do ex-vice-prefeito. E ele parece que não esconde o que está fazendo. A insistência na candidatura de Aderaldo é só para melar ainda mais a situação de indefinição das eleições da entidade. Não foi por acaso que ele disse em alto e bom som: “Vou lá para tumultuar, para bagunçar.”
E a bagunça aconteceu na terça-feira pela manhã. Uma simples Assembleia para renovação da atual Comissão Diretora, ou a eleição de outra, abrigava até pessoas que não eram sindicalizadas. Tudo com o objetivo de prolongar o sofrimento dos associados. E tudo começa lá atrás, com a administração vacilante e sem brilho de Juarez Carlos Oliveira. Este foi tão incompetente que foi capaz de fazer o STRH ainda permitir que Zé Guerra fizesse a bagunça que está fazendo, diga-se de passagem, com a ajuda elegante e nobre da Justiça da Comarca de Cícero Dantas. O Assessor Regional da FETAG-BA, Dr. Claudio, foi quem ficou responsável para dar a notícia que os associados não queriam ouvir. Depois de um grande tumulto em frente ao STRH, sem condições de abrigar o número de pessoas, solicitaram à vereadora Ana Dalva o espaço do Plenário da Câmara Municipal. Depois do sim da presidenta, foram todos e a Câmara ficou cheia de revolta e indignação quando Dr. Claudio anunciou que ninguém havia chegado a um acordo. Não houve, portanto, renovação da comissão administrativa. Se não houver uma saída estatutária ou jurídica, o STRH poderá fechar as suas portas, pelo menos por um tempo. Certo é que muitos sindicalizados estão revoltados e não querem mais voltar na semana que vem para eleger uma nova comissão. Querem eleger uma nova diretoria.
Isso demonstra o espírito de alguns petistas. Zé Guerra é um deles. Se ele não chegar lá, ninguém chega mais. Se não for o que ele quer, há bagunça para que outro não chegue. Nesse caso, o outro é a outra. Trata-se de Edmeia Torres, esposa do fundador do sindicato, Joaquim Torres. Ele sabe que não vence e está fazendo de tudo para não deixar Edmeia ganhar. Foi assim comigo, foi assim com Valdir do Bujão. Preferiu ser o vice, mas não deixou o PT chegar à prefeitura. Zé Guerra é um típico caso de esquizofrenia política. É um ególatra incurável. A palavra que ele vê todos os dias diante do seu espelho é EU. Pior, está contando com ajudas de luxo: Aderaldo e Mundinho do Tijuco. Parabéns, garotos!
E o secretário foi...
Finalmente, depois de um longo preparo, o Secretário de Administração da Prefeitura Municipal de Heliópolis, Beto Fonseca, filho do prefeito, compareceu à Câmara Municipal para dar explicações. De um modo geral, travou-se um debate entre Mendonça e Beto. As explicações quase sempre estavam cheias de incoerências. Por exemplo, a questão das diferenças no pagamento dos contratados. O secretário informou que o contrato era de 20 horas, mas não ficou claro porque começou com 700 reais e depois passou a 800. Qual Lei? Qual critério? Disse o secretário que o prefeito anterior deixou um rombo de 2 milhões de reais, mas não explicou quantos processos abriu contra o prefeito anterior. Além disso, disse que os problemas que estamos enfrentando são frutos de problemas deixados pela administração anterior, mas não disse por que a empresa contratada para o transporte escolar, que não é a mesma da gestão anterior, presta um serviço tão ruim. Para se ter uma ideia, o ônibus que transporta alunos do povoado Tanque Novo quebrou mais uma vez e vários estudantes estão sem poder assistir às aulas, justamente na semana de revisão para avaliação. Enfim, Beto Fonseca não convenceu. Só num ponto ele agradou: foi humilde. Ninguém sabe se por estratégia ou por sinceridade. Chegou inclusive a admitir que o pai não estava preparado para tantos problemas e que ele mesmo pensava que a coisa não fosse tão problemática. E que ainda estava aprendendo com a situação. Só não disse por que motivo centraliza tudo na sua pasta, já que não tem estrutura para tanto. Também não foi humilde a ponto de admitir que não chamou ninguém para ajudá-lo, nem mesmo aqueles que ajudaram a eleger seu pai. Por fim, não deixou claro o que fará com uma licitação de 300 mil para publicidade. Disse que não era obrigado a gastar tudo. Será que ele está pensando que calará a imprensa com este dinheiro? Acho que não. Será usado para utilidade pública!
Sem base de apoio
O que a reunião com o secretário comprovou é que o governo não tem base de apoio. Ildinho está à deriva na política. Nem mesmo o vereador apoiado pela família, Zeic de Renilson, defende o prefeito. E o que dizer do vereador Líder do prefeito, O Ronaldo do DEM, que não diz uma palavra. Mendonça está deitando e rolando. Fala sozinho e não é rebatido. E o vereador Clóvis? O que dizer? Nada! E não adianta cobrar nada de Ana Dalva. Enquanto ela for presidenta da casa, vai agir como administradora da Câmara Municipal. Além disso, não há um único motivo, mesmo que pessoal, para Ana Dalva defender o prefeito. Não se pode defender algo que não transformou nada.
Sábado concorrido 
Sábado haverá na Câmara Municipal de Heliópolis três eventos: uma Audiência Pública do Ministério Público, uma Audiência Pública com os desportistas para análise do Projeto de Lei da vereadora Ana Dalva, sobre a criação da Liga Heliopolitana de Desportos, e também será realizada a Convenção Municipal do Partido Popular Socialista – PPS. Verdadeiramente é a casa do povo!