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Aula de História no meio das ruínas |
Depois de percorrer mais de 200
quilômetros, 90 dos quais em estrada sem asfalto, a caravana educacional do
município de Heliópolis chegou às ruínas da velha Canudos. Foi uma viagem
cansativa, mas valeu a pena.
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Ruínas da igreja da 2ª Canudos |
Eram 4:30 da manhã do último sábado (15) quando três
ônibus escolares da Prefeitura Municipal de Heliópolis saiam da Praça Padre
Mendonça com destino à cidade de Canudos. Ao todo, 80 alunos do Colégio Waldir
Pires e 38 alunos do Colégio Estadual José Dantas de Souza. Os professores
Marizan Gama, Eraldo Neves e Landisvalth Lima, além de dois convidados e os
três motoristas, completaram o quadro. Antes da viagem, compareceu ao local o
secretário de educação, professor José Quelton, para dar os últimos retoques e
desejar boa sorte aos turistas do conhecimento.
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Visita ao Parque Estadual de Canudos |
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Alunos ouvem atentos o professor Eraldo |
Por volta das 8:30, chegaram ao
centro de Canudos. De cara, o poeta José Américo deu boas vindas. Seguiram
então para o povoado Canudos Velho,
localizado do outro lado do açude de Cocorobó e próximo às ruínas da 3ª
Canudos. Visitas como esta só são possíveis quando houver diminuição
considerável da água armazenada na represa. Este ano, com a prolongada estiagem,
e o número cada vez crescente de projetos de irrigação ao longo de vale do rio
Vaza-Barris entre Canudos e Jeremoabo, as águas do açude baixaram a níveis
recordes. Se continuar sem chover nas cabeceiras do rio, será possível, dentro
em breve de atravessar a pés das ruínas da igreja até o Alto da Favela. Só não
será possível ver o alicerce da igreja destruída em plena guerra de 1897,
porque uma camada de lama de mais de um metro encobre o cenário principal de
uma insanidade que custou a morte de 28 mil seres humanos.
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As ruínas vão desparecer quando a seca acabar |
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Ainda no Parque |
O professor Eraldo Neves fez uma
rápida palestra sobre o episódio da Guerra de Canudos no centro da igreja
arruinada e mais viva do que nunca. Antes, alguns alunos confundiam Lampião com
Antônio Conselheiro e, mesmo depois das explicações do professor, a expressão
de incredulidade diante de tantas mortes só fazia aumentar.
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Visita ao Jorrinho de Canudos |
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Um refresco merecido! |
Depois das ruínas, foi a vez de
visitar o Parque Estadual de Canudos. Caminhando pelas vielas da caatinga rala,
vendo as fotos dos personagens sobreviventes da guerra, vivenciando a visão
privilegiada que o exército tinha da cidade de Canudos lá no Alto da Favela e
ouvindo as histórias do Vale da Morte, os alunos aproveitavam para ironizar o
fato de não poder retirar nada do sítio arqueológico. Perto da hora do almoço,
foram alertados por um guarda que o Memorial de Canudos fecharia exatamente ao
meio-dia. Quando lá chegaram, com míseros dez minutos de atraso, um outro guarda
levantou o dedo do não. Como não deu para o Memorial, todos fizeram o
abastecimento devido no restaurante Os Sertões e foram parar no Jorrinho, o de
lá, que fica localizado na barragem do açude de Cocorobó. Quem caiu na água não
pensava tão cedo em voltar, mas o professor Marizan foi implacável com a hora.
A caravana saiu de Canudos às 15:00
horas e às 18:30 todos chegavam são, salvos e melhores informados em Heliópolis. (Clique na foto para ampliá-la)