Landisvalth Lima
A pergunta contida no título
deste artigo é feita até hoje nas ruas de Heliópolis. Poucos sabem o que
aconteceu de fato. Paciente como sou, esperei a concretização dos
acontecimentos para dar um veredito e acho que já posso aqui fazer uma análise
mais próxima da realidade. Sobre a Liminar suspendendo a eleição que seria
realizada no último domingo (16), pode-se questionar o equívoco do foro
inadequado. Seria uma ação na Justiça do Trabalho, antes de tudo. Entretanto,
cumpriu-se o determinado pelo Dra. Denise Vasconcelos Santos, até porque não
houve tempo hábil para derrubar a Liminar. Segundo Dr. Teresa, advogada do STR
de Heliópolis, até que ela estava com tudo pronto e seria fácil derrubar a
Liminar, mas a advogada dependia do advogado de Juarez, que não compareceu para
a viagem combinada. Alegou estar dominado por uma virose. A pergunta que não
quer calar é: se Juarez tivesse certeza de que ganharia a peleja, a virose
atacaria seu advogado?
Sobre o conteúdo alegado para
suspensão da eleição estão relacionados vários itens. Um deles insiste na alegação de que o presidente do PT foi impedido de ser candidato. Pelas leis internas do STR de Heliópolis, não há a menor a possibilidade de
Aderaldo ser candidato. Se ele pode ser eu também posso. Na peça jurídica,
alega a chapa de Agostinho do Camboatá, que dizem ser comandada pelo secretário
de Agricultura José Guerra, que Mundinho do Tijuco, ex-vereador, é sócio e
exerce funções de confiança na Prefeitura Municipal de Heliópolis. Acontece que
ele é aposentado como trabalhador rural, o que o deixa com pleno direito. Em
outros fatos alegados, muitos são velhos problemas existentes desde a época em
que Zé Guerra era presidente e não impedem a realização do processo eleitoral.
Como perderam todos os prazos, vale o que a Juíza determinou. Agora, tudo
começará do zero e outra eleição só nos próximos três meses.
Mas é só isso? Nada! Há muito
mais água debaixo da ponte. Na verdade, há coisas que não entendo. Como uma
pessoa como Aderaldo aceita virar moeda de troca nas mãos de Zé Guerra? O
presidente do PT poderia ser o condutor de uma nova política, de um novo
ideário. Poderia ser o líder condutor de um processo de renovação na política
de Heliópolis e, pasmem, prefere o jogo baixo da política sindical, emprestando
seu nome para algo que não dará nada de novo aos trabalhadores rurais de
Heliópolis. De Zé Guerra eu não espero mais nada! Ele jogou fora a oportunidade
que teve como Vice-prefeito de ser um balizador desta transformação tão sonhada,
depois de ter inúmeras outras oportunidades como presidente do PT e como
presidente do STR por longos anos. Agora, parece que vai jogar fora mais uma chance
recebida das mãos do prefeito Ildefonso Andrade Fonseca, como secretário da
agricultura.
O que eu já entendi é que o jogo
não envolve fazer o melhor para os trabalhadores, mas fazer o bem a si mesmo. A
oportunidade recebida por Juarez Carlos, atual presidente, é de se lamentar.
Seu comportamento dúbio, centralizador e sem abrir o diálogo com os seus
diretores contribuiu significativamente para a divisão da atual diretoria. Isso
permitiu a candidatura de Edmeia Torres nascer forte, a ponto de se transformar
em favorita e liderar o pleito nas conversas dos associados. Essa liderança fez
acender a luz vermelha na Prefeitura Municipal. Lá, muitos torciam pela eleição
de Agostinho, e até ajudavam. Com as caminhadas, perceberam que Edmeia liderava
com folga e chegaram até a sugerir uma composição com a chapa da esposa de Joaquim
Torres, ex-presidente e fundador do STR de Heliópolis. Talvez esteja aí o real
motivo do apelo à Justiça.
Fato é que, mais uma vez, os politiqueiros de reizinhos na barriga, usando de artimanhas, atrapalharam o processo democrático no STR de Heliópolis. Mas só atrapalharam. Haverá novas eleições e a vontade do povo será configurada, para o bem ou para o mal. E quem ouvir o povo e zelar por ele é que iniciará a verdadeira transformação que, espero, seja um ciclo de competências. Torço para que a mentira, a politicalha, o mandonismo, a incompetência e o nepotismo sejam banidos do Sindicato dos Trabalhadores e que a instituição seja realmente uma entidade a serviço dos trabalhadores e aposentados rurais desta Heliópolis sofrida que nunca desiste de buscar o melhor possível.