Quase um mês antes de matar o marido, a bacharel em direito
Elize Araújo Kitano Matsunaga ligou para a PM e disse que estava sendo ameaçada
por ele. Na ligação, que foi gravada pela central da polícia, Elize diz ao
policial que seu marido, Marcos Kitano Matsunaga, saiu de casa após ameaçá-la e
pergunta se ela poderia trocar a fechadura de casa. A resposta do PM é de que
Marcos, então herdeiro da fábrica de alimentos Yoki, tem o direito de entrar em
sua própria residência. A ligação para a PM foi feita no dia 24 de abril deste
ano. No dia 19 de maio, após uma discussão, Elize matou Marcos com um tiro na
cabeça e esquartejou o corpo dele. O áudio da chamada telefônica foi anexado ao
processo pela defesa de Elize. "Queremos demonstrar que ela não vivia no
mar de rosas que a acusação diz", afirmou o advogado da acusada, Luciano
Santoro. Amanhã, Elize e duas testemunhas deverão ser ouvidas pelo juiz durante
uma audiência de instrução do processo. A acusada admite que matou o marido e
diz que agiu sob forte emoção por conta da situação em que vivia. Segundo sua
defesa, ela estava sendo traída por Marcos e tinha constantes discussões com
ele. Já a acusação sustenta que ela agiu por motivações financeiras, pois tem
uma filha com o executivo e temia que ele a abandonasse. Esquartejado, o corpo
de Marcos foi encontrado dentro de uma mala em um matagal no dia 27 de maio.
Elize está presa preventivamente desde o dia 5 de junho. Procurado na tarde de
hoje, o promotor do caso, José Carlos Cosenzo, não foi encontrado e não
retornou aos recados da reportagem. Informações da Folha de São Paulo.