REYNALDO TUROLLO JR. – da Folha
de São Paulo
A Força Nacional levou sete vereadores e três estão foragidos |
O centro da cidade alagoana de
Rio Largo, na região metropolitana de Maceió, foi tomado no começo da noite de
quinta-feira (17) por homens da Força Nacional e da Polícia Militar que
interromperam uma sessão na Câmara Municipal e levaram presos os sete vereadores
presentes.
Todos os dez vereadores da
cidade são acusados de fraude na venda de um terreno público a um grupo
empresarial. Três deles, que não estavam na sessão, são considerados foragidos.
Foram presos ainda o profissional que fez a medição e a avaliação do terreno e
um empresário. A venda do terreno, proposta pela prefeitura, foi aprovada por
unanimidade pela Câmara.
O procurador-geral de Justiça
de Alagoas, Eduardo Tavares Mendes, disse nesta sexta-feira que já pediu também
a prisão do prefeito de Rio Largo, Antônio Lins de Souza Filho (PSB). A ação
cumpriu mandado de prisão expedido pela 17ª Vara Criminal de Maceió a pedido do
Ministério Público do Estado.
De acordo com o
procurador-geral de Justiça, as investigações da Promotoria apontam que o
terreno de 250 hectares (ou 2,5 milhões de metros quadrados) foi vendido por R$
700 mil, quando, na verdade, valia R$ 22 milhões. "Foi montada uma
operação criminosa envolvendo o prefeito e todos os vereadores da cidade. Um
embuste em que cada um levaria uma parte", afirmou Tavares.
Há mais mandados de prisão
expedidos, mas o procurador-geral preferiu não divulgar quem será preso. A
Folha não conseguiu falar com o prefeito Antônio Lins de Souza Filho nesta
sexta-feira. A assessora de imprensa da prefeitura disse que tentaria
localizá-lo. Na Câmara Municipal de Rio Largo ninguém atende às ligações. O
terreno vendido por R$ 700 mil foi loteado para construção de conjuntos
habitacionais.