Um Lugar no Sertão: Aribicé, Carnaíba, Pedra Furada, Junco, Lagoa dos Guedes, Serra Vermelha do Junco
Ao sairmos do distrito de Algodões, município de Quijingue, seguimos a BA 381 até a BR 116 por 12 kms. Daí seguimos no sentido norte para Euclides da Cunha. Três kms após chegamos ao povoado de Pinhões. A comunidade vive da agricultura familiar e depende muito da BR 116. Tem escolas, posto médico e um comércio estruturado. O povoado fica distante cerca de 14 kms de Euclides da Cunha.
Como a sede já foi aqui retratada em Um Lugar no Sertão,
seguimos por uma estrada vicinal para o distrito de Carnaíba, afastado apenas 9
kms da BR 116. Carnaíba cresceu numa região servida pelo rio Vermelho e seus
riachos afluentes. A terra fértil atraiu moradores e a agricultura familiar é a
base de tudo, mesclada com o criatório de gado. É comum, inclusive o isolamento
de parte da comunidade quando as chuvas são abundantes. O poder público tem
feito intervenções para evitar maiores danos. A localidade tem estrutura
razoável, mas a história do seu surgimento não foi ainda registrada.
De Carnaíba seguimos por estrada vicinal para chegarmos à BA
220, mas não a que passe em Caimbé e Massacará. É uma outra BA 220 que liga
Euclides da Cunha a Aribicé e que um dia chegou a ter asfalto. Passaríamos no
povoado Lagoa dos Guedes, comunidade com boa estrutura, e seguiríamos para as
Sete Curvas, subida íngreme e tortuosa, onde no final tem um mirante. De lá é
possível ver a Lagoa dos Guedes e várias outras localidades, numa paisagem de
tirar o fôlego.
Seguindo ainda a BA 220, alternando entre asfalto e estrada
piçarrada, nosso destino agora seria o distrito de Aribicé. Vale lembrar que
Euclides da Cunha tem sete distritos: o da sede, Aribicé, Caimbé, Ruilândia,
Carnaíba, Muriti e Massacará. Ainda não temos um livro específico sobre a
História do Aribicé, mas neste mês de janeiro foi lançado um que detalha a
história de Dona Jovina, mãe de 12 filhos no povoado. Uma filha dela, Iris
Miranda, doutora em Letras e morando hoje em Boston – EUA, lançou Ser-Tão
Jovina – Histórias de Amor e Fé no Aribicé. Certamente há o registro de muitos
fatos acontecidos no distrito e merecerá uma postagem quando tivermos um
exemplar. Aribicé tem tudo que uma povoação precisa, além da promessa do
asfaltamento da via que liga o distrito a Euclides da Cunha.
De Aribicé, seguimos por uma estrada vicinal, de barro
batido, que um dia poderá ser a BA 220. Sete kms depois chegamos ao povoado
Junco, com algumas ruas calçadas, uma igreja bem zelada e um povo acolhedor.
Ainda estávamos no município de Euclides da Cunha e continuamos seguindo o que
seria a BA 220. Por três kms passamos por uma região bem habitada até chegarmos
no povoado Serra Vermelha do Junco, que fica a menos de 500 metros do limite
entre Euclides da Cunha e Banzaê.
No município de Banzaê, a estrada parece receber melhores
cuidados, mas a poeira era inevitável. Nosso destino final era chegar à Pedra
Furada, localizada dali a mais 10 kms. A região é de uma beleza incomensurável
e precisa ser explorada turisticamente, já que não há um direcionamento para
esse fim. Depois de desfrutarmos da Pedra Furada, seguimos para Banzaê, que
fica a aproximadamente 3 kms. E assim, encerramos essa sequência na série Um
Lugar no Sertão, que vai continuar. Claro que, depois de tanto esforço, bem que
cabe uma inscrição sua neste canal. Já está inscrito? Então não esquece aquele
like bem sertanejo, dado com gosto, e que nos incentiva a seguir em frente. Um
abraço e até uma outra oportunidade.