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Carinhanha - Cidades do Velho Chico 22

Geverson Oliveira, Forrozão das Antigas e Canários do Reino são destaques no 2º dia do São Pedro de Heliópolis

É apanhando que se aprende! Depois do fiasco do São Pedro do ano passado, parece que o prefeito José Mendonça resolveu mostrar que o governo municipal tem condições sim de fazer uma festa organizada. Claro, sempre há problemas, mas é forçoso admitir que o sábado deste São Pedro 2023 foi um dos melhores, embora o público tenha sido diminuto.

Já tivemos aqui festas de São Pedro, principalmente no sábado, onde não era possível nem mesmo dançar. Não havia espaço mínimo. Vários fatores contribuíram para que este 8 de julho não fosse um dos mais concorridos. Além da desconfiança do povo com o que aconteceu o ano passado, há outra festa bem perto de nós: O Arraiá do Itamar, em Adustina. Não, a chuva não atrapalhou. Não choveu durante a noite, embora tenha acontecido durante o dia. E para dar esperança de que a festa melhorará ainda mais no futuro, este ano tivemos a apresentação de três quadrilhas juninas: Grupo Conviver e Arrocha o Nó, de Heliópolis, e a Flor do Sertão, da cidade de Poço Verde – SE. Precisamos melhorar a ideia e partir para um concurso de quadrilhas juninas.

O grande problemão do ano passado não aconteceu: o som. A qualidade este ano estava à altura da festa. As atrações, embora não tenha tido nenhuma a 700 mil reais, cumpriram o papel de divertir o povo. Além disso, este ano temos uma grata surpresa: Geverson Oliveira. O prata da casa virou ouro. Equiparou-se às grandes bandas, mesmo com poucos equipamentos: uma guitarra, um contrabaixo, uma bateria, um zabumba, um triângulo, um violão e um teclado. Para completar o bom produto, havia uma voz afinadíssima e animada, auxiliada pela segunda voz do baterista. Geverson Oliveira precisa continuar na estrada porque sua carreira artística será longa e, esperamos, próspera. Tocou forró, de Gonzaga à Vaquejada, do romântico ao Zé Ramalho. Pena que foi na abertura, quando o público era inferior a mil pessoas. Duvido que alguém presente tenha reclamado do artista ou ignorado sua apresentação porque a noite havia começado em alto estilo. 

Depois foi a vez de Felipe Cantra. Este começou com sofrência, mas emendou com os cânticos clássicos do forró tradicional e romântico e animou a galera. Em seguida veio a banda Forrozão das Antigas. Aqui a coisa tomou nova dimensão porque a estrutura era outra. Além de duas excelentes vocalista, um cantor e instrumentos a perder de vista, o conjunto musical tinha efeitos de palco e muita energia. Foi uma hora e meia de forró tradicional e romântico, sem deixar o público parado um só momento. A noite já estava salva, mas chegou Canários do Reino para colocar mais lenha na fogueira. E tome forró de alta qualidade e em doses talentosas, sem precisar inventar nada, deixando extraordinário o que já é muito bom. Depois foi a vez de Márcia, a Fenomenal, que fez um show/espetáculo. A abertura foi acompanhada por um festival de fogos. A proposta parece ter sido direcionada aos olhos e foi bem aplicada. Depois foi a vez da banda Brega e Vinho, que não decepcionou e deu seu recado.

Todas a bandas do sábado foram espetaculares. Se tivesse o prêmio/revelação este seria dado a Geverson Oliveira, a grata surpresa da noite. Mas o Contraprosa precisa escolher as duas melhores bandas da noite. Nos acréscimos do conjunto da obra merecem destaque Canários de Reino e Forrozão das Antigas, principalmente porque apostaram num formato destinado ao povo para dançar. As duas bandas tocaram a música Rancheira, de Gereba e Tuzé de Abreu, que há muito não aparecia por aqui. Canários do Reino é do Ceará e Forrozão das Antigas de Alagoas.

Fato é que nosso São Pedro está de pé. Certo que ainda há alguns erros: a revista na entrada precisa ser mais eficiente, a equipe tem que impedir o estacionamento de carros nas ruas onde as bandas acessam o local do evento. Outra questão é o tempo entre uma banda e outra. Mesmo com dois palcos, a demora continua longa. Precisa ser menor, tempo suficiente apenas para a prefeitura fazer sua propaganda. No mais, tudo bem. Ornamentação muito boa, sem firulas e usando aquilo que é essencial; segurança na dose certa, iluminação muito boa. O resto fica por conta do povo.