Depois de Formosa do Rio Preto, seguimos a BR 135 e entramos na BA 225 até o Posto Fumaça. Percorremos 83 kms de estradas asfaltadas e sem maiores problemas. Depois de almoçarmos, por volta de 13:30 horas seguimos pela BA 225 com destino a Mateiros, no Estado do Tocantins. Até a localidade de Coaceral, 62 kms após o Posto Fumaça, ainda no município de Formosa do Rio Preto, deslizamos sobre o asfalto. A partir dali era barro batido, mas sem ser um problema. A estrada tem em suas margens diversas fazendas de áreas a perder de vista e muitas terras já estavam sendo preparadas para receber a soja, o milho ou o algodão de plantio, afinal era dia 15 do mês de setembro de 2022. Num trecho de uns dez kms, passando pela Pedra da Baliza, a própria rodovia é linha divisória entre Bahia e Tocantins. Cerca de 1km depois dali é o final da BA 225 e o início da BA 458, rodovias do Estado da Bahia, bem como o início da TO 247, do Estado do Tocantins.
Na verdade, a rodovia é mais uma trilha aberta no cerrado.
De infraestrutura não há quase nada por aquelas bandas. São trechos e mais
trechos cortando o cerrado ou longas distâncias em meio a fazendas do agronegócio.
São 12 kms na TO 247 até cruzar o Rio Galhão e seguir pela sua margem direita, enfrentando
trechos de puaca e muito banco de areia. Estávamos já bem próximos ao
Fervedouro do Galhão, mas não tínhamos tempo para dar a primeira parada no
Parque Nacional do Jalapão. Nosso objetivo era chegar a Mateiros e só no dia
seguinte conhecer algum fervedouro. Além do mais, já passava das 17 horas e a
estrada não estava convidativa. O Mobi era valente, mas já reclamava.
Pouco depois da entrada do Fervedouro, 180 kms distante de
Formosa do Rio Preto, encontramos um banco de areia enorme. Então, o Mobi não resistiu
e ficamos atolados num mar de areia. O carro ficou sem tração e teria que ser arrastado
dali. Foi uma luta sem sucesso, até que apareceu o casal Jonatas Zonta e Daiane Chester. Estavam numa Hilux 4X4 que passou no banco de areia como se fosse uma
estrada comum. Pararam e nos deram ajuda. Usamos um pedaço de arame da cerca da
fazenda ao lado e arrancamos o Mobi de lá. Jonatas ainda nos indicou uma
alternativa de caminho ao lado. Agora parecia que Mateiros estava mais perto
que os 15 kms que faltavam. Nossos mais sinceros agradecimentos ao casal simpático
de Curitiba, capital do Paraná. Convidei-os a conhecer Heliópolis. Espero que
um dia possamos dar risadas dessa aventura num São Pedro da cidade.
Depois da saída de Jonatas e Daiane, seguimos rumo a
Mateiros pela trilha ao lado. Não andamos nem 500 metros. Outro enorme banco de
areia e mais um atoleiro. Quase uma hora depois conseguimos desatolar o Mobi.
Sem água, sem forças, desanimados, olhamos para o relógio e a noite chegou. O
que faríamos? Continuar um trecho de 15 kms desconhecidos, pela noite, com
bancos de areia, já sem água alguma, num carro sem tração 4X4 ou voltar 180 kms
numa estrada já conhecida e seguir para Formosa do Rio Preto?
Ficamos com a segunda opção. O Jalapão ficou para outra
data. Retornamos. No primeiro restaurante, já na BA 225, zeramos o estoque de
água gelada. Por volta de 22 horas, chegávamos na Pousada Santa Bárbara, em
Formosa do Rio Preto, onde pernoitaríamos. No outro dia, seguimos para
Barreiras, assunto do nosso próximo episódio.