Lula parece querer superar Bolsonaro na prática de asneiras. (Foto: Brasildefato)
A disputa entre Lula e Bolsonaro para ver quem comete mais besteiras está ligeiramente empatada. Esta semana, até seus aliados começam a soltar notas na imprensa para alertar o companheiro das burrices que vem praticando. Tudo começa com a divulgação do relatório da Comissão de Direitos Humanos da ONU. Ao invés de usá-la de forma a amainar seus opositores, foi desafiar o governo para que dissesse como "reparar" o mal que o estado fez a ele. Mas Lula se esquece de que ele não foi inocentado de nada. Todos os processos estariam ainda abertos, não fosse a bendita prescrição. Ainda insatisfeito com a sorte, Lula vive a bradar o ex-juiz Sérgio Moro como seu antagonista. Moro já nem é mais candidato a presidente, mas insistem em elegê-lo como o adversário a ser batido. O eleitor de Moro, em boa parte, que seria destinado ao voto em branco, está migrando para Bolsonaro e o adversário real cresce.
Outro tiro fora do alvo de Lula foi acusar Volodymyr Zelensky de querer a guerra da Ucrânia e ser tão responsável por ela como Putin. A ideia é tão absurda e grotesca quanto acusá-lo de nazismo, apesar de ser judeu. Em nota no jornal O Globo, aliados do ex-presidente avaliam que petista foi infeliz ao concentrar críticas no presidente da Ucrânia sobre a guerra. Difícil será encontrar algum momento em que Lula acertou nesta temporada. Por ter o poder demasiado e ser endeusado, os erros acabam tomando conta do ambiente e criando um clima de superioridade, vivendo num mundo à parte, falando o que dá na telha, e sendo aplaudido por seguidores cegos. Neste ponto, não fica devendo nada a Bolsonaro. É verdade que Lula está na frente, mas se o público perceber que os principais adversários são iguais no comportamento, pode caminhar para o conformismo do "tanto faz" ou "tudo é igual mesmo" e a coisa degringolar.
