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Ádria, o último adeus!

É ilusão imaginar que demissão de Milton Ribeiro vá melhorar algo!

A demissão de Milton Ribeiro não resolverá a corrupção no serviço público. (Foto: InvestNews)

O ministro da educação acaba de pedir demissão e não há nada para comemorar. Num governo sério de um país sério, jamais teríamos quatro demitidos em pouco mais de três anos. Primeiro foi o ineditismo de nomear alguém que pouco falava a Língua Portuguesa, numa pasta que, entre outras atribuições, deve cuidar do idioma nacional. Depois vieram os de currículo falso e o que queria ver todo o STF na cadeia. Aí chegou o pastor. Uma coisa comum entre os quatro: o caos no Ministério da Educação.

Se bem que, para dizer corretamente, todo o governo Bolsonaro é um caos. Até a saída de Milton Ribeiro, por mais que tenhamos esperança, não fará com que a coisa melhore. Trocaremos a propina a base de ouro, recheada com Bíblias distribuídas em nome do Senhor, para uma coisa, digamos, mais profissional e menos religiosa. Isso se o que veicula na imprensa for verdade. Dizem que o Centrão quer o cargo e já negocia com Bolsonaro o nome. Será quase uma profanação. Seja lá quem for o escolhido, sendo indicação de um Arthur Lira, de um Ciro Nogueira e periferia, somente o sagrado será extinto. O ouro poderá ser substituído por outras moedas mais valorosas. 

O ex-juiz Sérgio Moro foi bondoso ao dizer que nós não podemos deixar que o Brasil vire uma nação governada por ladrões. Ele deveria dizer que nós precisamos nos livrar dos ladrões que governaram e governam este país, sem generalizar. Em poucos momentos da nossa história, os assaltos aos cofres públicos não foram a tônica de governos. Antes, havia uma espécie de aceitação de que política é mesmo roubar o país. Chegou a ser ato de inteligência. Hoje, mais que isso, roubar virou norma, modus operandi com direito a anulação de sentença por falha judicial, mesmo que o condenado tenha tido direito a todos os recursos e passado por todas as instâncias. Pior, a culpa é do juiz inicial e é preciso vingança!

Há um sistema que se espalhou como um câncer nas entranhas da nação. O prefeito rouba e é protegido pelo deputado que foi indicado aos tribunais de contas. Se não tiver a proteção lá do alto, basta ter os dois terços da Câmara de Vereadores, mantidos a dinheiro ou distribuição de benesses. O governador corrupto tem a proteção dos tribunais estaduais para onde ele mandará os deputados fieis. Basta manter o controle das Assembleias Legislativas e alimentar os desejos dos desembargadores. Já o presidente da república precisa de um pouco mais: maioria na Câmara e no Senado, um PGR babador, um presidente da Câmara do Centrão e um STJ e STF precisando de um governo catastrófico para que o povo sinta saudades do ladrão anterior. Isso ainda não acontece em todo o país, mas os casos diferentes são pouquíssimos!

Portanto, a demissão do ministro da educação é apenas um fato lamentável. Pior com ele, ruim sem ele. Nada vai mudar porque a corrupção vai continuar. Mudam-se os personagens, mas a história é a mesma. Este país está dominado pelos corruptos, sejam de esquerda ou de direita. A coisa está tão séria que nem mesmo as pessoas honestas e sérias estão entendendo o processo. Vão se arrepender de um voto dado a Lula ou Bolsonaro lá adiante, e já será tarde. Nossa esperança está no povo. Naquele que, de repente, pode resolver dar um novo rumo à história e, mesmo sem ter a certeza, arrisca um voto num destes candidatos novos e tudo muda novamente. Depois é só torcer para que o eleito não cometa os mesmo erros de Lula, Bolsonaro, Temer, Dilma, Collor e FHC e aproveite o que eles fizeram de bom para o país. Uma lupa pode ajudar.