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Carinhanha - Cidades do Velho Chico 22

Depois de provada a inocência dos procuradores, quem vai devolver a cadeia aos corruptos?

Procuradores de Curitiba prestaram enorme serviço de relevância ao país, desvendando esquemas de corrupção endêmica no poder público. Como prêmio, foram processados. (Foto: Conjur) 

Não houve festa em Brasília! Ninguém do alto escalão do governo comemorou, nem o Centrão, nem a esquerda, nem os ditos garantistas e muito menos algum advogado do grupo Prerrogativas. Silêncio absoluto e total, denunciando a completa falta de vergonha dos que controlam a nossa República. Confesso que queria escrever este artigo no mesmo dia, no mesmo momento em que li a notícia no portal O Antagonista, mas me contive. Queria ver como a notícia repercutia entre aqueles que armaram o circo contra Sérgio Moro e os procuradores da Operação Lava Jato. A resposta foi o completo silêncio dos arquitetos. 

Para se entender direito a questão, o presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Humberto Martins, arquivou aquele processo contra procuradores que atuaram na hoje extinta força-tarefa da Operação Lava Jato. O ministro, exatamente ele mesmo, o Humberto Costa, considerou em sua decisão que não restou comprovada a existência de “indícios de autoria e de materialidade” de condutas criminosas pelos investigados. Curioso é que o inquérito foi aberto pelo próprio Martins para apurar denúncias de que ministros da Corte estariam sendo investigados ilegalmente pela Lava Jato. O presidente do STJ instaurou inquérito em fevereiro de 2021 para apurar a suposta tentativa de intimidação e investigação ilegal de ministros da Corte, bem como de violação da independência jurisdicional dos magistrados.

Apesar de todos aqueles que possuem bom senso dizer que não havia nada de errado com os procuradores e com o ex-juiz da Lava Jato, este inquérito foi usado por meio mundo de analista da imprensa, adoradores da esquerda, advogados e até ministros do STF para justificar o processo de suspeição do Juiz Sérgio Moro e também como base para anular os processos contra Lula. Não há dúvida da veracidade dos atos dos procuradores. No despacho, o Humberto Martins afirmou, na segunda-feira (14/2), em despacho sigiloso, que “foram expedidos inúmeros ofícios a diversas instituições públicas com o objetivo de coleta de indícios de prática delitiva, porém, não se verificou indício de autoria e materialidade de eventuais crimes”. Entre os procuradores investigados no inquérito estavam Deltan Dallagnol, Luiza Frischeisen, Eduardo Pelella, Januário Paludo, Orlando Martello Júnior e Diogo Castor de Mattos. Supostas mensagens entre eles e o juiz Sérgio Moro foram hackeadas e viraram o escândalo artificial da "Vaza Jato". 

E agora? Onde estão os acusadores? Quem vai devolver a dignidade as estes então servidores públicos? Será que precisaremos sujar a vida de tanta gente para salvar ladrões julgados e apenados, sob o pretexto de criar uma polarização política artificial? E cabe uma última pergunta, se não havia delito dos procuradores, quem vai agora recolocar Lula, José Dirceu e tantos outros companheiros de volta na cadeia? E os 14 bilhões recuperados da corrupção, vão devolver aos corruptos?