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Ádria, o último adeus!

Não esperem a prisão de Bolsonaro

Não se pode esperar a prisão de culpados de alto escalão quando são eles que manipulam as leis. (Foto/montagem: IstoÉ)

Não esperem que Jair Bolsonaro seja preso, mesmo com as revelações explicitadas pela CPI da Covid. As 600 mil mortes não sensibilizam os juristas protetores dos que detém o foro privilegiado. São os mesmos que não se sensibilizaram com os bilhões desviados da Petrobras e de vários órgãos públicos espalhados pelo país. Nossas Leis são claras e eficientes apenas quando o julgado é um ladrão comum, sem mandato, sem parentesco importante, sem dinheiro suficiente para pagar um bom advogado, sem nada. 


Podem começar a contar os dias em que o ex-governador do Rio de Janeiro irá para o regime de prisão com uma tornozeleira eletrônica. Cabral ainda vai curtir a liberdade um dia neste imenso país. Curtirá cada centavo roubado dos cofres públicos e, quem sabe, talvez publicará um livro onde revelará quão injustiçado tenha sido. Dirá que o que ele fez não se tratava de roubo, mas um artifício para continuar na vida pública fazendo o sacrifício de governar para o povo.


Não se surpreendam com a volta triunfal de Eduardo Cunha. Até seu livro já foi publicado. Falta a prisão domiciliar e um amigo na presidência da república. Também não se assustem com todas as delações que foram feitas. Elas serão maculadas com o velho discurso de que foram obrigados a isso. Toda aquela grana devolvida era uma espécie de carimbo para efetivar uma mentira em verdade. Não queriam a prisão e pagariam caro por isso. Os empreiteiros dirão que caixa dois foi uma invenção de Sérgio Moro e Deltan Dallagnol. Nunca ninguém deu um centavo a político neste país!


Jair Bolsonaro e Luís Inácio Lula da Silva estão unidos na causa. Está tudo armado. Um quer dar o benefício de 400 reais, o outro apela para os 600. A PEC 05/2021, que colocava o Ministério Público de joelhos, proposta pelo PT, relatada pelo PSD e apoiada por todos os partidos da base do governo e da base da oposição, exceto Rede, Psol, Novo e Podemos, quase teve sua aprovação esta semana. Querem impedir que alguém ouse denunciar o esquema corrupto que corrói as nossas finanças, espalha a fome país afora e deixa o povo à mercê de programas sociais eleitoreiros.


Não esperem a prisão de Jair Bolsonaro porque temos homens envolvidos em falcatruas e exercem mandatos com poder de mudar as leis vigentes. Eles hoje são maioria no Congresso Nacional e contam com a ajuda dos outros dois poderes. Podem enumerar os danos ao país: Mensalão, Petrolão, Rachadinha, Escândalo das Vacinas… Todos eles escondem uma verdade que não queremos crer. O Brasil é a Pátria dos Ladrões, eles estão no poder e são maioria.


Há ladrões em todos os poderes e um aponta o dedo sujo para o outro. Brigam entre si para ter mais poder. Entretanto, quando se veem ameaçados pela minoria leal à Constituição, mesmo a contragosto, usando a mentira como base sólida de ação, dão-se as mãos e criam artimanhas em leis e decretos para continuarem brigando entre si, lutando para permanecer no poder e continuar suas trajetórias de usurpadores da nação. Eles se retroalimentam e nós pagamos a conta na gasolina alta, no desemprego, no preço da carne, na inflação galopante, na educação sem qualidade, na pesquisa científica sem recursos e outras desgraças.


Nenhuma ideologia nos salvará. Não esperem a prisão de Bolsonaro, nem a ajuda de Lenin, Che Guevara ou Paulo Freire. Não adianta tomar Cloroquina, Ivermectina ou ir para o bar de um amigo e encher a cara. Só há uma salvação: tomar um banho de consciência e, em 2022, varrer os mandatos de todos eles e impedir que novos cheguem ao poder com os mesmos compromissos. Então está garantida a transformação do país? Não. Não há garantias, mas uma coisa já está provada: repetir os mesmos nomes na política, aqui no Brasil, não vem dando certo.