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Ádria, o último adeus!

Sessão da Câmara mostra governo municipal desarticulado

No primeiro embate do ano, governo municipal parece
desarticulado na Câmara. (Imagem: You Tube)
 
Ainda bem que a tecnologia está aí para confirmar. Acessem o canal da Câmara Municipal de Heliópolis no You Tube e vejam a sessão. O link é este: https://www.youtube.com/watch?v=tOwNWWxbNto. A sessão durou mais de duas horas, boa parte tomada pela leitura enfadonha da ata da sessão anterior, que o presidente da casa insiste em continuar fazendo, mesmo depois depois da sugestão da vereadora Ana Dalva de encaminhar o texto momentos antes de iniciar a reunião para que os vereadores possam ler o conteúdo e apenas aprovar ou corrigir depois. Ao iniciar os trabalhos, o ato apenas mostrou que o governo municipal está desnorteado. 

Para início de conversa, dois vereadores governistas não compareceram. Isto já seria fato suficiente para que o vereador Claudivan Alves não colocasse nenhum propositura de interesse do prefeito. A oposição formava maioria. Não fosse o eterno desejo do vereador Valdelício Gama de ser eternamente governo, José Mendonça Dantas teria cravado no currículo sua primeira derrota na casa. E tudo isso sem a mínima necessidade, apenas por capricho ou desorganização dos que estão temporariamente na condição de governo.

O imbróglio todo girou em torno de um projeto de lei que cria a nova composição do Cacs/Fundeb, que é o Conselho de Acompanhamento e Controle Social do Fundeb, um colegiado que tem como função principal acompanhar e controlar a distribuição, a transferência e a aplicação dos recursos do Fundo, no âmbito das esfera municipal. Ana Dalva, Maria da Conceição e Van da Barreira votaram a favor nas reuniões das comissões permanentes, desde que o prefeito trocasse duas entidades que não existem no município: escolas de campo e escolas quilombolas. Poderiam ser substituídas por escolas da zona rural e escolas da zona urbana, por exemplo.

O vereador Iggor Leonardo, que inclusive é professor, fechou o olhos para o erro do governo e queria a aprovação integral do texto, alegando que na lei federal havia a expressão “quando houver”, ausente no texto do projeto do município. Ana Dalva questionou lembrando que teríamos que trabalhar com a realidade existente no município e pediu para corrigir o texto ou votaria contra. Iggor insistiu. Seria 4 a 2, não tivesse no meio do caminho um Valdelício. Resultado: 3 a 3, com votos favoráveis de Iggor Leonardo, Raul de Ioiô e Valdelício. Votaram contra: Ana Dalva, Maria de Renilson e Van da Barreira. O presidente da casa colocou em prática o seu voto de minerva e fechou o placar em 4 a 3, salvando o governo municipal. O projeto ainda passará por outras duas votações.

A sessão de ontem provou que o governo não terá vida fácil se tentar empurrar ilegalidades ou absurdos, mas não haverá problemas se os projetos beneficiarem o município. Também provou que Valdelício Gama está para o governo assim como cachaça está para alambique. Isso deixa a oposição com um a menos. Além disso, prova que não há organização no grupo encastelado no poder, além da absoluta incoerência. Iggor Leonardo esbravejou que o projeto em questão não podia ser diferente daquele aprovado pelo Congresso Nacional, Lei 14.113/2020, mas não explicou porque foi tirado o item que fala da indicação das escolas indígenas. Por fim, para quem não sabe, o projeto em discussão deveria estar aprovado desde o dia 31 de março.