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| Além dos fura-filas, agora enfrentamos a vacinação clandestina. (Foto: Sindsemp-RN) |
Dois flagrantes mostram a dimensão do nível moral, ético e profissional do nosso país. No jornal O Estado de São Paulo foi publicado um vídeo de uma funcionária da secretaria de Saúde de Belo Horizonte registrando pessoas sendo vacinadas em uma garagem da cidade. Nesta quarta-feira (24) a revista Piauí revelou a vacinação clandestina de empresários e políticos mineiros. Um dos vacinados foi o ex-senador Clésio Andrade, que admitiu à revista ter sido vacinado fora do SUS. A vacina é da Pfizer, já autorizada para ser aplicada no Brasil. Embora qualquer empresa possa comprar vacinas, pela lei, tem que ser doada ao PNI - Programa Nacional de Imunização. A Polícia Federal está investigando.
Os dois eventos revelam a sociedade em que vivemos. Parece que chegamos ao tempo do salve-se-quem-puder. A lentidão das ações governamentais e a velocidade da propagação do vírus estão revelando as nossas mazelas institucionais e humanas. Estamos longe daquilo que se possa chamar de civilização moderna. Esta pandemia será um divisor de águas entre o Brasil utopicamente justo e humano e o Brasil que vem por aí, que a gente ainda não sabe bem o que é. Poderemos dar passos enormes na direção do progresso ou revelaremos a nossa mais cruel face da barbárie.
