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Carinhanha - Cidades do Velho Chico 22

A polarização entre o corrupto maluco e corrupto simpático!

O ódio do outro acaba por aceitarmos ser manipulados numa disputa polarizada (imagem: Estudo Kids)


Triste da nação que viva da polarização dos extremos. O Brasil corre sério risco de, a pretexto de não deixar que determinada pessoa chegue ou fique no poder, escolher uma outra sem avaliar as consequências disso. Planta-se o ódio entre dois grupos, como se eleição fosse o ato de se livrar do adversário e não o de construção de uma nova sociedade. O verdadeiramente sério, cordado, o antídoto contra as desgraças do populismo, não só é combatido como é transformado num monstro de sete cabeças, capaz de devorar criancinhas pelo dia e rasgar corpos de velhos pelas madrugadas. Tudo para que o campo fique livre para a polarização entre dois mitos. Lula e Bolsonaro não querem Moro ou Ciro Gomes na disputa.

Podem dizer o que quiserem de Sérgio Moro, mas será reconhecido, se já não o é, como o juiz que ousou tentar debelar a corrupção endêmica neste país. Ainda agradeceremos um dia a ele por isso, apesar da péssima escolha de deixar a magistratura. Ciro Gomes é um meio termo. Apesar de sua inegável competência para a administração pública, resolvei dizer a verdade sobre Lula. Brada que houve corrupção no governo do PT, mas que Moro errou ao julgar Lula como o fez. Ele não faz isso por inocência. Quer o eleitor do PT e do antipetismo, agradando os socialistas irritados com a precisão de Sérgio Moro.

O ministro do STF, Marco Aurélio Mello, disse que não entendeu o que fez seu colega Edson Fachin. Como pode agora, depois de 5 anos, aceitar um argumento falacioso de não haver ligação dos crimes de Lula com a Petrobrás, se era a estatal a menina dos olhos de OAS, Odebrecht e outras empreiteiras? Nem mesmo lá no início tinha sentido. A decisão está ainda envolta em mistérios. O que fez Fachin chegar a isso? Salvar Moro? Lula? Colocar o Presidente da República numa sinuca de bico? Ou tudo isso? Ninguém ainda sabe, mas Lula já fez um amplo discurso como estadista e obrigou Bolsonaro a colocar a máscara.

Sabemos que nós latinos sempre colocamos o coração na ponta da lança. Se quisermos evoluir, precisaremos usar a lógica. Não podemos, por raiva de um corrupto maluco, votar num corrupto simpático. São ambos corruptos. Está em nossas mãos a decisão nobre de procurar o melhor para o futuro do país. Se o voto por ódio resolvesse alguma coisa, várias cidades do interior eram puras maravilhas. Há tempo de colocarmos os pés no chão, com um título na mão e uma ideia na cabeça. Não podemos passar mais pela corrupção de um, incompetência de outro, corrupção com negacionismo e outras maluquices que só por aqui encontram terreno fértil.

Até quando suportaremos ter que escolher entre ridículos tiranos, mentirosos, negacionista e incompetentes?