As operações simultâneas, Sombra
e Escuridão e Elymas Magnus tem a finalidade de combater esquemas criminosos de
fraude a licitações e superfaturamento de recursos federais
Mais duas operações de combate à corrupção na Bahia feitas pela Polícia Federal |
O Ministério da Transparência e
Controladoria-Geral da União (CGU) e a Polícia Federal deflagraram ontem, na
Bahia, duas operações simultâneas, Sombra e Escuridão e Elymas Magnus, para
combater esquemas criminosos de fraude a licitações e superfaturamento de
recursos federais em 24 municípios do sul da Bahia. Os agentes cumprem 13
mandados de prisão e 50 de buscas. Os prejuízos estimados aos cofres públicos
chegam a R$ 34 milhões, no período de 2015 a 2017, no âmbito de contratos de
obras e locação de veículos e transporte escolar. Na Operação Sombra e
Escuridão, de acordo com as investigações, um empresário da cidade de Igrapiúna
liderava um grupo de empresas de fachada e constituídas por ‘laranjas’, que
fraudava licitações. Além das irregularidades nos processos licitatórios, essas
empresas não executavam os contratos celebrados, que eram terceirizados,
mediante a cobrança de um porcentual sobre o valor repassado às prefeituras.
No período de 2015 a 2017, as
empresas desse grupo receberam dos municípios em que atuavam a soma de R$ 19
milhões. Durante as apurações da Operação Sombra e Escuridão foi descoberto que
outro grupo de empresas de fachada e constituídas por ‘laranjas’, dessa vez
liderado por um empresário de Itabuna, também fraudava licitações no sul da
Bahia, inclusive em colaboração com o grupo da cidade de Igrapiúna. Para
investigar essas novas irregularidades foi iniciada a Operação Elymas Magnus.
Nesse caso, segundo a Controladoria, o modus operandi se sustentava em ‘duas
condutas claramente definidas’ – comparecimento às sessões de licitações apenas
para exigir dos demais participantes uma ‘compensação’ para desistir do certame
ou a realização de ajustes prévios e combinações para vencer as licitações,
inclusive com a participação de agentes públicos municipais, abandonando-se
posteriormente os contratos.
No período de 2015 a 2017, as
empresas do grupo criminoso receberam dos municípios em que atuavam a soma de
R$ 15 milhões, destacou a Assessoria de Comunicação Social da Controladoria. A
Operação Sombra e Escuridão consiste no cumprimento de sete mandados de prisão
preventiva, 28 mandados de busca e apreensão, além do bloqueio de valores das
contas dos principais investigados, nas cidades de: Camamu, Eunápolis,
Ibirataia, Ibirapitanga, Igrapiúna, Ilhéus, Ipiaú, Itagibá, Ituberá, Ubatã,
Maraú, Nazaré, Valença e Wenceslau Guimarães. Já a Operações Elymas Magnus
consiste no cumprimento de seis mandados de prisão preventiva e 22 mandados de
busca e apreensão, além do bloqueio de valores das contas dos principais
investigados, nos seguintes municípios: Aurelino Leal, Barra do Rocha,
Buerarema, Camacan, Gongogi, Itabela, Itabuna, Itapé, Santa Luzia e Ubaitaba.
Os trabalhos contam com a participação de 24 auditores da CGU, além de equipes
da Polícia Federal. (Tribuna da Bahia)