O ano de 2016 será decisivo para o
início da mudança de comportamento dos políticos e dos eleitores. Chega desta
história de se comprar mandatos. O povo de Heliópolis deu um extraordinário
tapa na cara dos compradores de votos na última eleição municipal. Aquela
multidão que encurralou ou ex-prefeito na casa do empresário Celso Andrade,
tenho certeza, foi fundamental para a consolidação da vitória do prefeito
Ildinho. É fato, o orçamento menor venceu o maior, aliado a toda estrutura de
poder. Foi uma vitória ímpar.
Só que, agora, os lados se
inverteram. Ildinho é o prefeito. Como não acabamos ainda com uma série de
canalhas, que usam a política para aumentar o patrimônio pessoal, os vícios
estão em cada esquina. O prefeito Ildinho já deu demonstrações de que não vai
alimentar esta política do toma-lá-dá-cá. Todos se lembram do episódio
envolvendo o ex-vereador Mundinho do Tijuco. Já imaginou se todo cabo eleitoral
cobrasse 150 mil para trabalhar numa campanha? Isso não tem lógica. É de um
absurdo sem tamanho, mas o prefeito parece estar vacinado.
Também temos que tentar acabar
com eleitores que esperam quatro anos só para resolver um problema, que
normalmente envolve dinheiro. E fica até difícil educar. Na hora da busca do
voto, todos deixam a lei e a ética para depois. O que se tem que fazer é
denunciar porque isto está matando o processo democrático. Num município com 10
mil eleitores, basta que 1 mil deles resolvam barganhar, trocando voto por
dinheiro, para que o lado vencedor tenha sua legitimidade questionada. Com
celulares espalhados pelo município, é fácil gravar uma conversa ou filmar uma
negociação espúria. Depois, temos que denunciar.
Vejam o caso da administração de
Ildinho. Fosse ela comprometida com financiadores de campanha, jamais teríamos
a quantidade de ruas calçadas ou atendidas as demandas da saúde, por exemplo.
Sabemos que ainda não é aquela administração que todos nós desejamos. Ainda há
falta de dinheiro, alguns servidores ainda não levam a sério a administração pública,
o puxa-saquismo, o servilismo, o esnobismo e outras doenças da administração pública
que, mesmo diminuindo significativamente, ainda atrapalham o serviço público.
Peguem a quantidade de recursos recebidos pelo prefeito anterior e comparem com
os recursos atuais, que são bem menores. Em seguida, façam uma comparação com a
quantidade de obras e serviços. Ildinho fez muito mais com muito menos.
O que o atual prefeito tem que
seguir é a voz do povo. Quem decide é o povão. Cabo eleitoral que vier com esta
história de condutor do povo à urna, mediante grossas quantias, deve ter a
porta de saída da prefeitura como serventia. Temos uma oportunidade única de
continuar sufocando as negociatas políticas. Dinheiro de prefeitura é para
investimento nas necessidades básicas do povo e não para engordar cabo
eleitoral. Vamos ver se 2016 é o ano da consolidação deste sonho.
Zé Guerra vice!
Corre por aí um zunzunzum de que
o ex-prefeito Zé Guerra está correndo do prefeito porque a oposição já prometeu
a ele a vaga de vice. Este jogo é permitido. Só não pode chegar às vias da
negociação monetária. Procurar o seu espaço é legítimo. Como o prefeito tem
vice demais para escolher e a oposição carece de nomes que tragam algum
dividendo político, a ida do ex-vice-prefeito para formação de uma chapa com
Mendonça agrada aos eleitores. Entretanto, Ildinho não perde nada, e pode até
ganhar. Todos sabem que Zé Guerra tem um cargo de secretário nas mãos e foi
prestigiado durante todo o governo. Sair agora, embora legítimo, passa algo
como um ato de ingratidão.
Opositores reunidos
Membros do PC do B, DEM, PTB e
agregados estiveram em reuniões no último final de semana. Por mais que este
blog tenha perguntado, ninguém sabe de nada. Só uma coisa foi confirmada: a
participação de Zé Guerra em uma das reuniões. Por enquanto, parece que tudo
está na mesma. Mendonça continua candidato e Gama Neves também. Não há hipótese
de duas candidaturas dos opositores do prefeito Ildinho. É suicídio antecipado.
Corre histórias de que Gama conversa também com o PRB e quer Gilberto Jacó como
vice. Por outro lado, há quem aposte que o vice já está escolhido: Giomar
Evangelista, agora no PTB.
Salário cortado!
Quando o alvo era só Ana Dalva, muita gente
fazia biquinho ou não dava importância. Só que agora, o vereador Giomar
Evangelista, o indigitado presidente da Câmara Municipal de Heliópolis, apontou
a sua metralhadora para outras vítimas. Nada mais, nada menos, cortou os
subsídios de todos os vereadores da situação que não compareceram às sessões do
período da manhã, antes da mudança para o horário noturno. Curioso é que ele
também confessou que já estava com a convocação dos suplentes, caso os edis faltassem
a mais uma sessão. Qual a lei que ele seguiu? “O parecer do jurídico!”. Como
agora está doendo no bolso de muitos, a briga deixou de ser contra Ana Dalva e
passou a ser contra toda bancada governista. Para variar, na última sessão aconteceu
mais confusão. E de confusão em confusão, Giomar vai burlando leis, desafiando
a Justiça, encurralando os advogados da prefeitura e sangrando os vereadores da
situação. Tudo em tempo de eleição!