Parece que as regras do jogo
eleitoral estão ficando mais claras. Uma delas está óbvia: não vão mudar muita
coisa. Já não mudaram o principal: o financiamento de campanha. Há muito mais
de 300 deputados em Brasília que não conseguiriam se reeleger sem doação
empresarial. Não estão ali a serviço dos brasileiros, mas de alguns
empresários. Até aqui só definiram o fim das reeleições e a não participação de
partidos sem representação no Congresso na divisão do bolo das verbas partidárias
e do tempo de televisão.
Apesar do fim da reeleição, os
atuais prefeitos e governadores eleitos em 2012 e 2014 vão poder concorrer a
mais um mandato. Serão os últimos eleitos neste modelo que não melhorou em nada
as administrações. Foram poucos os que não governaram pensando na reeleição e
acabaram por não fazer a lição de casa como deveria ser feita. Para completar,
as coligações continuam como dantes. Nada mudou. O que poderá mudar é o tempo
de mandato e a união de todas as eleições em um só ano em alguma data. Tudo
indica que o mandato deverá ser mesmo de cinco anos e as eleições de 2016 serão
apenas para mandato curto de dois anos. Em 2018 teríamos eleições gerais. O
problema que emperra é o mandato de Senador. Ou fica em 5 anos ou vai para 10
anos.
Decepção mesmo foi a decisão
sobre o financiamento de campanha. O modelo aprovado incentiva casos de
corrupção. Não adianta pensar em candidatos éticos num país onde política virou
um grande negócio. “É uma das muitas estruturas de corrupção no Brasil",
diz o cientista político da USP, Antônio Carlos Mazzeo, de acordo com a BBC.
"Nada disso aconteceria se não houvesse financiamento privado de campanha.
Uma simples campanha de vereador, por exemplo, ultrapassa R$ 1 milhão de reais.
Isso acaba de certa forma incentivando um 'toma lá dá cá' na política, pois as
empresas não financiam a campanha de candidatos por altruísmo, mas sim para
obter facilidades quando eleitos", argumenta. O diabo também foi ter na
Câmara o partido que mais promoveu corrupção, que mais recebeu dinheiro de
empresas, o PT, defender o financiamento público de campanha. Foi demais!
Ildinho na fita
Com a decisão do Congresso, não
há dúvida que o prefeito Ildefonso Andrade Fonseca já está de malas prontas
para lutar por um segundo mandato à frente da Prefeitura de Heliópolis.
Entretanto, deve pensar bem se o mandato for de apenas dois anos. Valeria a
pena se as campanhas mudassem, se ficassem mais baratas. Vamos esperar o fim
das mudanças nas regras eleitorais.
Quinze candidatos
Como ninguém confirma a fonte,
vai aqui o fato. Corre nos cantos que Gama Neves não sairá candidato a nada se
não for a prefeito. O vice-prefeito atual tem munição, segundo afirmam, para
lançar 15 candidatos a vereador e quer ter uma bancada numerosa na Câmara
Municipal.
Cortes na Saúde
Beto Fonseca, secretário de Administração
e Finanças, e a vereadora Ana Dalva, secretária de Saúde, estão arrancando os
cabelos para ver onde vão cortar gastos sem afetar o atendimento ao público.
Além disso, o Governo do Estado está tentando se livrar de alguns gastos,
repassando ao município certos programas. Um deles é o da Farmácia Básica. A
coisa está ficando preta também com os hospitais regionais que já limitam
atendimento. O país está doente e parece que a crise não é temporária.
Dia de luta
Trabalhadores de vários setores
cruzam os braços nesta sexta-feira, 29 de maio. A paralisação envolve desde o
protesto contra as medidas do governo até o apoio à luta dos professores em
todo o país. Em Heliópolis, até o fechamento desta postagem, apenas o Colégio
Estadual José Dantas de Souza confirmou a adesão ao movimento, suspendendo as
aulas neste dia. Tudo voltará ao normal na próxima segunda-feira (01.06).
Violência: Sergipe é vice-campeão
Segundo informação do jornalista Laura Jardim, de
VEJA, dois estados do Nordeste, Ceará e Sergipe, encabeçam o ranking de
homicídios dolosos registrados pelas autoridades policiais em 2014. O Ceará foi
o estado com a maior taxa de homicídios no ano passado: 47,21 por 100 000
habitantes. Em números absolutos, foram registrados 4.144 assassinatos. Em
segundo lugar, vem Sergipe, com taxa de homicídios de 45,5 por 100 000
habitantes. O total absoluto no Sergipe é de 999 casos. Poço Verde deve ter contribuído
bastante para chegarmos a estes números. Em terceiro lugar, o Pará, com uma
taxa de 40,48 por 100 000 habitantes. Foram 3 232 mortes ao longo do ano. Santa
Catarina foi o estado com a menor taxa de assassinatos em 2014: 8,95 a cada 100
000 pessoas, num total de 592 registros. São Paulo, acreditem, vem em segundo
lugar, com 4 294 assassinatos e uma taxa de 9,83 mortes a cada 100 000 pessoas.
Em terceiro lugar, vem Roraima, com taxa de 14,75 casos a cada 100 000
habitantes. No total, foram registradas 72 mortes. Só nos estados citados neste
artigo, 13.333 pessoas perderam a vida assassinadas em 2014. Uma Heliópolis por
ano de mortes. É uma guerra sem perspectivas de solução. Não existe uma luz no
fim do túnel para nos dar esperança. Os dados foram repassados pelos estados ao
Ministério da Justiça.