Alunos de escola estadual
assistem aulas com guarda-chuvas abertos
Com as fortes chuvas que
atingiram a cidade de Feira de Santana nos últimos dias, os alunos, para
assistirem as aulas, estão tendo que abrir seus guarda-chuvas dentro das salas.
A precária infraestrutura da
escola estadual Luiz Viana Filho no bairro Cidade Nova, em Feira de Santana,
está causando um fato muito curioso. A escola, uma das mais antigas da rede estadual
da cidade com cerca de 40 anos, tem problemas diversos de infraestrutura nas
paredes e principalmente no telhado.
A professora de Língua Inglesa,
Celeste Freitas, estava na sala 18, onde os alunos realizavam trabalhos em
grupos. Eles estavam com dificuldades para se livrarem do gotejamento que vinha
do telhado. “Teve uma chuva forte e eu pedi aos meus alunos para abrirem os
guardas chuvas e fazerem as provas. Para gente isso foi muito triste. Teve
aluno que perdeu livros com a chuva, as provas molharam, as salas ficaram
totalmente alagadas e tive que me juntar com outra professora na mesma sala,
ela aplicava a prova de um lado e eu do outro”, relatou.
Outro problema enfrentado por
professores e alunos é a falta de água, que de acordo com Celeste Freitas, já
dura uma semana. “Estamos sem água para beber desde a semana passada na sala
dos professores. Nos nossos banheiros a descarga não funciona. A água só voltou
para os alunos. Então são muitos os problemas”, destacou.
A diretora da escola Luiz Viana
Filho, professora Luciana Macário, que está no cargo há seis anos, diz que o
problema é antigo e que até agora a Secretaria Estadual de Educação não deu uma
solução, apesar de já ter conhecimento dos problemas.
“Desde 2009, quando assumimos a
direção desse colégio, que temos entrado em contato com a rede física da Direc
mostrando todos os problemas encontrados por nós, inclusive o problema da
chuva, que é uma coisa muito séria. Quando a escola foi construída, não se
preocuparam com a queda d’água. Então nós fazemos o retelhamento mais de uma
vez por ano, pois a forma como fizeram o emparelhamento da madeira, quando
chove as telhas correm”, afirmou.
De acordo com a diretora, vários
técnicos já foram chamados para dar um parecer sobre a situação e apontar de
que forma esses problemas poderiam ser resolvidos. Ela conta que todos os
técnicos comprovaram que o problema é sério e que só o retelhamento não
resolve.
“Já comunicamos o problema, um
engenheiro ficou de comparecer a escola para fazer uma análise da situação e
saber de que forma a Direc pode ajudar. O Luiz Viana é uma escola antiga e os
problemas estruturais não foram resolvidos como deveria ter sido, então
ultimamente a gente tem feito alguns paliativos. Quando a gente assumiu a
escola em 2009, não tinha nem mesmo drenagem, foi a gente que fez. Então quando
chovia, as salas do fundo alagavam. Não tinha condições de ter aula. Esse
problema atual vai requerer uma verba maior, pois vai ter que tirar todas as
telhas e ver se vai mexer na madeira”, afirmou.
Além disso, conforme a diretora
Luciana Macário, pode ser necessário que o colégio passe por uma reforma geral,
já que, segundo ela, a situação se agrava a cada dia que passa. “Antes o
problema ocorria apenas na sala de aula e agora já chegou na parte
administrativa. Já perdemos diversos equipamentos como computadores e nossa
preocupação é que possa danificar a rede elétrica. Quero pedir paciência a
comunidade escolar, pois isso vai ser um serviço que vai requerer tempo e só
com uma avaliação do engenheiro é que a gente vai saber como vai ser feito”,
destacou.
Ao ser informada da situação, a
diretora do Núcleo Regional de Educação (NRE19), antiga Direc-02, professora
Eliane Lopes mandou com urgência a equipe de manutenção para verificar o
problema, mas ainda não se sabe como se dará a solução.
Reproduzido da Tribuna da Bahia,
com colaboração de Eraldo Neves e foto do Acorda Cidade.