Vereadora Ana Dalva |
O dia quinze de dezembro de 2014
vai ficar marcado como o dia do maior vacilo patrocinado pela oposição em
Heliópolis. Pela primeira vez na história do município, o recesso parlamentar
não foi possível porque o Orçamento não foi votado. Fala o Regimento Interno
que só haverá recesso se a LOA – Lei Orçamentária Anual – for devidamente
aprovada. E mais, o Orçamento é prioridade ante quaisquer outras proposituras.
Fica claro, portanto, que nada pode ser feito enquanto a LOA estiver
tramitando. O objetivo é forçar a aprovação da proposição, já que fica bem
complicado administrar os poderes sem um Orçamento.
Ocorre que a oposição chegou com
muita sede. Com a chegada do vice-prefeito Gama Neves (DEM), que dizem ser o
tutor do voto do vereador Valdelício Dantas da Gama (PSD), reforçando os
quadros oposicionistas e garantindo maioria na Câmara de Vereadores, os
vereadores não chegaram a pensar que toda ação provoca uma reação. Imaginavam
eles que a vereadora Ana Dalva e o grupo governista acatariam solenemente seus
desejos. Menosprezaram a capacidade cognitiva do adversário, movidos pela sede
de poder ou de vingança.
A sessão
Vereador José Mendonça |
O vereador Ronaldo Santana, usou
a palavra como Líder governista e falou que contribuiu para que o orçamento
tivesse uma suplementação de 70% e não entendia como o Líder da oposição
defende apenas 20%, já que, quando presidente da casa e cunhado do ex-prefeito,
sempre votou em orçamentos com 100% de suplementação. Aproveitou para elogiar o
desempenho da vereadora Ana Dalva nos dois anos como presidenta coerente, a
única a lutar pelo fim dos 100%. As palavras de Ronaldo foram reforçadas pelo
vereador José Clóvis que afirmou ter Mendonça votado por sete mandatos
consecutivos em orçamentos com 100% suplementar e só agora resolveu mudar. Na
réplica, Mendonça chegou a dizer que Clóvis também era defensor do governo
anterior. José Clóvis confirmou: “Fui mesmo. Votei no 100% e também votaria
agora.”.
Vereador Ronaldo Santana |
Foi aí que a oposição cometeu o
seu maior erro. Mendonça, com a palavra, apresentou emenda reduzindo de 70 para
20 por cento a suplementação orçamentária. Na sequência, o vereador Ronaldo
Santana apresentou uma subemenda de 50% de suplementação e pediu para que fosse
encaminhada à Comissão de Orçamento para exarar Parecer em dez dias. Ana Dalva
disse que dez dias era demais. Solicitou reunião das Comissões para a próxima
sexta-feira e convocou nova reunião Ordinária, já que, como não houve aprovação
do orçamento, as reuniões serão ordinárias até que ele seja aprovado.
O público compareceu em bom número |
O vereador Mendonça, mais
elegante, disse que a manobra da presidente foi um tiro no pé. Estava
visivelmente decepcionado. Já o ex-secretário de administração e finanças,
Prof. José Mário (PSB), classificou deselegantemente a atitude da presidenta de
“manobra descarada”. Outros opositores reagiram informando que agora a
suplementação será apenas de 5%. Parece que transformaram a suplementação numa
questão de honra e não deram muita bola para a eleição da mesa.
A chapa da oposição
Nos bastidores, fala-se que o
acordo já foi fechado. Giomar Evangelista será o candidato a presidente e
Claudivan o vice. A notícia circulava que o candidato seria Mendonça. Também
chegaram a oferecer a Valdelício, que não aceitou. Quando Giomar soube da
pretensão de Mendonça, ameaçou romper e votar em qualquer outro. O problema é
que Claudivan não votaria em Giomar. O convencimento só veio quando Evangelista
resolveu dividir o mandato ao meio. Seria um ano para cada e a chapa foi
fechada.
Vereador Genildo Reis |
Genildo Reis
Quem esteve presente na sessão
de hoje foi o vereador Genildo Reis (PV), de Ribeira do Amparo. Ele informou
que a decisão na Ribeira será nesta terça-feira (16). Lá a coisa está também
complicada. Disputam Marivânia Silva (PT), Andresson Rocha (PP) e Eulina Amorim
(PT). Também corre por fora o atual presidente Joaquim Rosário (PT), que aderiu
ao grupo político de Marcelo Brito. Genildo apoia Eulina e espera que o grupo
em torno de Germano chegue a um consenso. Para apimentar mais a disputa, Reis
afirma que também pode entrar no rol dos candidatos, caso não queiram caminhar
na doce estrada do diálogo.