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Neópolis - Cidades do Velho Chico - 31

A saga da persistência

                                                  Landisvalth Lima
Lideranças de Heliópolis recebidas por Paulo Souto
(Veja nota abaixo)
Na cabeça do leitor desavisado, o ato de fazer política é um paraíso. Para ele, isto aqui é um mar de facilidades. Quem está na política tem vida boa, etc. Até aqui não vi nada disso. Sei que não faço parte do mundo dos privilegiados, onde tudo é mais fácil, onde o sofrer dói bem menos e o sorrir chega ser um orgasmo. Mesmo estando num partido muito organizado e com uma equipe que segue rigorosamente a Lei Eleitoral, minha candidatura este ano começa com muito sofrimento. Estou numa luta árdua só para validar uma conta bancária eleitoral no Banco do Brasil. Já fui a todos os lugares que o banco me obrigou a ir e a conta, até esta data, ainda não foi validada. Consequência: minha campanha perde terreno. Não posso sequer fazer um santinho porque tudo passa pela bendita conta eleitoral. Para completar a desgraça, recebo ligação de um inocente da Secretaria de Educação do Estado de Sergipe afirmando que minha licença para concorrer a mandato eletivo não foi aceita porque eu concorro em outro estado. Isso me obriga a, mais uma vez, brigar por um dever/direito expresso na Lei 8.112. Como Sergipe não tem lei estadual que trata do assunto, esquece que a federal rege a lacuna. Como se não bastasse, peguei uma gripe de matar. Parece coisa de adversário. Cinco longas noites de tosse, tosse e mais tosse. Um inferno! E só para não dizer que o paraíso está próximo, morrem João Ubaldo Ribeiro e Ariano Suassuna. Ah! Tudo conspira para que eu desista. Mas eu persisto porque o bom da viagem não é só a chegada, mas o que se pode ver da paisagem.
Lei para os grandes
Há certas coisas que não entendemos. Os poderosos vivem a burlar leis e não acontece nada. Hoje, o juiz Márcio Reinaldo Miranda Braga, do Tribunal Regional Eleitoral (TRE), determinou a retirada de placas de propaganda institucional do governo do Estado no prazo de 48h sob pena de multa diária de R$ 20 mil por peça. Fosse um país sério, já teria sido decretada a prisão dos responsáveis. A decisão foi deferida parcialmente, após pedido de liminar impetrado pela defesa da coligação do candidato ao governo estadual Paulo Souto (DEM). Segundo o entendimento do magistrado, com base no artigo 73 da Lei nº 9504/87, as placas, quando associadas à gestão estadual, “acabar por fazer uma divulgação que beneficia o candidato apoiado pelo atual governo, Rui Costa (PT), que ora se apresenta como apto a continuar o trabalho que vinha sendo desenvolvido”. Está mais que claro. E o governo insiste na questão porque sabe da impunidade neste país. Ao fim, não vai pagar nada e já ganhou o governo oito dias de propaganda gratuita, financiada com o dinheiro público.
Marcelo Nilo e Josué Telles
Josué Telles

Marcelo Nilo
Está completamente errado quem pensar que o grupo político do prefeito Ildefonso Fonseca ficará com apenas um deputado estadual. Até mesmo Vando (PSC), candidato do prefeito, sabe que não terá todos os votos para estadual. Uma parte do grupo estará com Marcelo Nilo (PDT) e a vereadora Ana Dalva, além do federal Landisvalth Lima, o marido, vai de Josué Telles (PPS) para estadual. Numa coisa todos concordam: não há disputa acirrada. Cada um transita no pedaço que lhe cabe.
Comparações
Se compararmos as candidaturas de 2010 com as de 2014 para a Assembleia e para a Câmara dos Deputados, haverá uma substancial diferença. Para a ALBA o número de pretendentes caiu. Eram 692 em 2010 e agora são 629. Troca sutil da dezena com a unidade. Para os candidatos a ir a Brasília, eram 280 em 2010 e neste ano concorrem 339, até aqui. São dois vestibulares difíceis: 10 e 9 candidatos por vaga, respectivamente.
Com Paulo Souto
O vereador Valdelício Dantas da Gama mostrou que está com Paulo Souto e não abre. Levou para Salvador, a convite do vice-prefeito Gama Neves, dezoito lideranças do município de Heliópolis. Foram recebidos pela chapa majoritária do DEM/PMDB/PSDB, pelo candidato a deputado federal José Carlos Aleluia e pelo estadual Sandro Régis. Se a eleição ainda não desperta interesse no eleitor, nos políticos ela já está pegando fogo.