Eduardo Campos é pré-candidato a Presidente pelo PSB/REDE/PPS/PPL |
O tucano Aécio Neves avançou de
16% para 20% das intenções de voto, Dilma Rousseff (PT) oscilou um ponto para
baixo, Eduardo Campos (PSB) oscilou um para cima. Mas o potencial de votos de
cada pré-candidato não mudou entre abril e maio.
A pesquisa Datafolha realizada
nos dias 7 e 8 de maio mostra que Campos continua o líder por este critério.
Quase 90% dos eleitores não votam nele. Mas, conforme os cálculos do instituto,
ele tem potencial de abocanhar 64% de seus atuais não eleitores. No cálculo com
os dado do mês passado, sua taxa potencial era de 63%.
Com Dilma a situação é inversa.
Ela tem 37% das intenções de voto, 63% de não eleitores, portanto. Mas, devido à
alta rejeição (35%) e outros fatores, seu potencial é obtenção de novos votos é
o mais baixo, 20% —o mesmo índice de abril.
O problema de Dilma é o alto
contingente de eleitores que em hipótese nenhuma migrariam para ela: 43%,
segundo o instituto.
Aécio fica na posição
intermediária. Seu potencial é de 49%; mas há 31% do eleitorado que ele pode
considerar como uma causa perdida.
O Datafolha ouviu 2.844 pessoas
em 174 municípios. Para as taxas de intenção de voto, a margem de erro é de
dois pontos para mais ou para menos. (Folha de São Paulo)
Eduardo Campos faz PSB ficar ‘milionário'
Partido recebeu R$ 8,3 milhões de
empresas em 2013, em especial de empreiteiras; nos últimos dois anos não eleitorais,
sigla ficou sem doações
As doações de empresas para o
custeio das atividades partidárias do PSB dispararam no ano passado, quando o
então governador de Pernambuco Eduardo Campos já se movimentava para se lançar
candidato à Presidência. O diretório nacional do PSB recebeu um total de R$ 8,3
milhões de empresas em 2013. Em 2011 e 2009, anos em que também não houve
eleições, a arrecadação havia sido zero, segundo as prestações de contas
entregues à Justiça Eleitoral.
Quase 90% dos recursos destinados
ao partido de Campos saíram de empreiteiras. As maiores contribuições foram da
Construtora Triunfo (R$ 1,5 milhão) e da OAS (R$ 1,55 milhão). A única doação
do setor financeiro foi do Banco BMG (R$ 500 mil).
Prioridade. Se as empresas
passaram a dar mais importância ao PSB no ano passado, a atenção ainda é muito
menor que a destinada ao PT. O partido da presidente Dilma Rousseff arrecadou
quase R$ 80 milhões de pessoas jurídicas no ano passado. Em 2011, o volume
arrecadado pelos petistas foi bem menor: cerca de R$ 50 milhões, sendo que R$
22,7 milhões estavam vinculados às eleições ocorridas no ano anterior - eram,
portanto, contribuições de campanha, e não destinadas unicamente ao
financiamento das atividades partidárias.
No PT, assim como no PSB, as
empreiteiras dominam a lista de doadores. Cerca de 88% dos recursos doados aos
petistas no ano passado saíram do setor da construção.
Os dados constam dos relatórios
que os partidos são obrigados a entregar ao Tribunal Superior Eleitoral,
anualmente, até 30 de maio. As informações referentes ao PSDB ainda não foram
publicadas no site do tribunal. Os processos, com milhares de páginas, são
entregues impressos em papel pelos partidos e posteriormente digitalizados pelo
TSE.
Supremo. As doações de empresas
aos partidos estão em discussão no Judiciário e podem ser extintas. Em
fevereiro, 6 dos 11 ministros do Supremo Tribunal Federal votaram a favor da
proibição do financiamento privado das campanhas e das atividades partidárias,
mas o julgamento ainda não foi concluído - o ministro Gilmar Mendes pediu vista
do processo para analisar melhor a ação.
Caso a decisão do Supremo ponha
fim as doações de pessoas jurídicas, parlamentares cogitam aprovar uma emenda constitucional
que preveja esse tipo de contribuição.
Em média, as empresas custearam 2/3 dos gastos
do PT, do PMDB e do PSDB entre 2009 e 2012, segundo levantamento do Estadão
Dados. As prestações de contas do PT mostram que o partido seria um dos mais prejudicados
pelo fim das contribuições privadas: em 2013, quase metade de seus recursos
veio dessa fonte. A receita de doações de empresas superou a do Fundo
Partidário: R$ 79,8 milhões contra R$ 58 milhões. (Daniel Bramatti - O Estado
de S. Paulo)