Cássia Santana – do portal
INFONET
José Augusto continuará preso (foto: reprodução Rede Record) |
O Tribunal de Justiça manteve a
prisão de José Augusto Aurelino Batista, 40, acusado pelo assassinato do
adolescente Jeferson Nascimento Santana, 16, crime ocorrido no dia 15 de
novembro do ano passado na estrada que liga os municípios de Poço Verde e Simão
Dias. Ele também é apontado como suspeito de integrar um grupo de extermínio
com atuação no município de Poço Verde. O adolescente Jeferson Nascimento foi
baleado no pé em Poço Verde e estava sendo transportado para um hospital em
Aracaju, mas acabou executado no trajeto. Quatro homens encapuzados
interceptaram a ambulância do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e
o executaram com cerca de 13 tiros, conforme consta nos autos.
José Augusto Aurelino foi preso
no mês de abril deste ano no município de Paragominas, no Estado do Pará,
apontado como principal suspeito de ser um dos quatro homens responsáveis pela
execução do adolescente. A polícia sergipana também o aponta como integrante de
um suposto grupo de extermínio que atuou no município de Poço Verde,
responsável pela morte de pelo menos 17 adolescentes. Os processos judiciais
tramitam separadamente porque os crimes ocorreram em datas e locais distintos,
conforme entendimento da justiça. Pela morte do adolescente Jeferson Nascimento
Santana, sete testemunhas já foram ouvidas, mas apenas José Augusto Aurelino
Batista figura como réu. Ele já prestou depoimento em juízo e nega envolvimento
neste crime, especificamente, e também naquele suposto grupo de extermínio
denunciado pela deputada Ana Lúcia Menezes.
Audiência
Nesta terça-feira, 19, o réu
acompanhou mais uma etapa da audiência de instrução e julgamento realizada no
Fórum Gumersindo Bessa, em Aracaju. Para evitar tumultos, o juiz Antônio de
Souza Martins, da Comarca de Poço Verde, por onde tramita o processo judicial
optou por realizar a audiência na capital sergipana. Na audiência, foram
ouvidas três testemunhas, inclusive o Capitão Santana, que chegou a ser preso
como suspeito de envolvimento no grupo de extermínio. Mas o policial foi
libertado por não haver provas contra o envolvimento dele nas mortes. O
advogado Getúlio Sobral, que atua na defesa de Augusto Aurelino com a tese de
negativa de autoria, garante que não há qualquer prova no processo que possa
incriminar o cliente. “Até a população de Poço Verde clama por justiça pela
soltura do réu”, observa o advogado, que luta pela revogação da prisão do
acusado. O advogado, inclusive, já ingressou com novo habeas corpus pela
revogação da prisão, alegando que há fatos novos que beneficiam a defesa.
“Quando o novo habeas corpus for a julgamento, faremos a defesa oral porque
temos argumento para colocá-lo em liberdade”, comenta o advogado.
A família acredita que há uma
perseguição contra Augusto Aurelino. Na opinião da dona de casa Simone Souza,
esposa do acusado, a perseguição vem da própria polícia devido ao envolvimento
do marido em um homicídio que teve como vítima um policial militar, crime que
teria ocorrido há cerca de uma década, segundo a dona de casa. Simone informou
que o marido já cumpriu parte da sentença pela morte do policial e que estaria
sendo beneficiado por progressão de pena. O advogado Getúlio Sobral informa que
o cliente estaria cumprindo o restante da pena em casa, em regime aberto, se
não fosse o mandado de prisão expedido contra Augusto Aurelino decorrente do
processo judicial relativo à execução do adolescente.