Landisvalth Lima
Inicialmente cheguei a pensar que
se tratava de mais uma armação para acalmar os ânimos dos descontentes com a administração
do Ildefonso Andrade Fonseca. Depois, animado pelas prisões de petistas
corruptos, e após alguns telefonemas decisivos, fiquei convencido de que o
primeiro predador caiu. Roberto da Farmácia foi afastado da administração da Prefeitura
Municipal de Heliópolis.
A metáfora que uso do predador
não é nada pessoal. Predador é aquele que mata para comer, que vive o tempo
todo criando armadilhas para aprisionar suas vítimas e satisfazer suas
vontades. Roberto da Farmácia é o típico político predador. É lamentável dizer
isso, mas não é o único da nossa cidade. Durante a campanha do ano passado,
chegou a dizer em alto e bom som:” Quem não compra voto não ganha eleição”. O
predador vê a eleição como um negócio e ele não está nem aí para questões
relacionadas à ética, moral, honra, família, educação etc. O predador quer
apenas encher sua pança e o resto que se dane. Fátima se livrou de um grande
problema. Heliópolis não teve a mesma sorte.
Mas qual era o cargo de Roberto
da Farmácia na prefeitura? Nenhum, oficialmente. Mas, de fato, era o prefeito,
o não eleito. Ele foi o que Ildinho era para ser, e tomara que quando o for não
seja também um predador. Só para entendermos, a Contabilidade da prefeitura é
indicação de Roberto da Farmácia. Também o setor Jurídico, os pagamentos etc.
Enquanto Beto Fonseca se divertia tentando emendas estaduais e federais, o
predador se esbaldava nas verbas orçamentárias garantidas. Ele chegou ao ponto
de ordenar o retorno ao trabalho de uma funcionária contratada demitida pelo
próprio Ildinho.
Não precisamos dizer que Roberto
da Farmácia tem nas mãos a cassação do mandato de Ildinho. Não seria surpresa
se, a uma altura destas, ele tivesse farto material comprometedor. Nos
bastidores, além do relato de impropérios da discussão entre Beto Fonseca e
Roberto da Farmácia, há o registro de ameaças do tipo: “Você não será atingido,
não. Seu pai é quem vai pagar. Você irá é para a praia no fim de semana!”. No
bate bocas, sempre uma ameaça velada: “Vou me afastar, mas quero o meu!”. O
vazamento de toda a discussão, que já não é mais segredo em toda a cidade,
prova que o predador ainda não está satisfeito.
E o que muda com tudo isso? Qual
o benefício que Heliópolis terá, se é que poderá haver algum benefício? Para
Gama Neves, o vice-prefeito, isto é só um briga de família. Ele acha que eles
vão se entender. Gama não quer se meter no rolo. Ele até quis ajudar no início,
mas não quiseram ouvi-lo. A vereadora Ana Dalva acha que tudo ainda vai piorar
um pouco mais e só uma ampla reunião com todos os apoiadores, sem Roberto da
Farmácia, para lavar a roupa suja e afastar os problemas. “Venho pedindo isso
há um ano, mas ninguém me ouve.” Outras lideranças concordam com Gama e com Ana
Dalva, mas mantém o silêncio. Não querem desagradar ao chefe. Vassalagem
política.
Para que o governo Ildinho
Fonseca faça Heliópolis voltar a sorrir, será preciso afastar os outros
predadores, com e sem cargos. Estamos em uma nova era. O Brasil já tem um juiz
federal na cadeia, um deputado e agora mais onze mensaleiros e não se pode mais
fazer com a administração pública o que os predadores encastelados na
prefeitura fazem. Pagar serviços num beco, descontando 20 a 30 por cento e
explorando trabalhadores com pagamentos abaixo do salário mínimo é coisa de
predador. Não é possível vermos isso em pleno aniversário dos 124 anos da nossa
República. Acorda, Ildinho!
Eleição no STRH
A comissão eleitoral nomeada pela
Junta Diretiva do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Heliópolis parece que
quer Juarez Carlos concorrendo sozinho. É que acabam de impugnar a chapa 1, de
Edmeia Torres, e a chapa 3, de Mundinho do Tijuco. A eleição vai para o
tapetão. É a Justiça quem vai decidir agora a legalidade das chapas. O cérebro pensante
de Juarez é o advogado Joel. Predador Sindical.