Segundo jornalista do Grupo A
Tarde, as jovens contaram ter sido convidadas para ir ao ônibus da banda por
Willian Ricardo de Farias, conhecido como Bryan, um dos membros da banda
Da Redação do CORREIO
Músicos poderão pegar até 10 anos de cadeia! |
Em depoimento prestado à juíza
Márcia Simões, na segunda-feira, 18, em Ruy Barbosa, uma das duas adolescentes
que acusam os integrantes da banda New Hit de estupro revelou detalhes do
crime. O jornalista João Eça, do Grupo A Tarde, teve acesso às declarações que
descrevem o drama relatado pelas jovens. Segundo a publicação, as jovens
contaram ter sido convidadas para ir ao ônibus da banda por Willian Ricardo de
Farias, conhecido como Bryan, porque queriam tirar uma foto com o grupo. Ao
entrar no veículo, a jovem teve a bunda apalpada pelos músicos Dudu e
Alanzinho. Ela disse ter reclamado, enquanto os jovens riram. Alegando que no
fundo do ônibus a luz seria melhor para a foto, Bryan chama os músicos e as
duas jovens para a parte de trás do
veículo.
Atenção, os relatos a seguir revelam
descrições fortes do caso
Ainda de acordo com a publicação,
Dudu e a adolescente se beijaram, porém, a jovem diz que em nenhum momento
falou que queria fazer sexo com o vocalista. Um pano branco foi colado isolando
o fundo da frente do ônibus. A partir daí, segundo a jovem, o comportamento dos
músicos muda. No depoimento, a jovem diz que um dos músicos segurou as mãos dela
e tentou colocar o pênis na boca da menina. Ela diz que outro integrante puxou
o cabelo dela, forçando-a a levantar a cabeça. Enquanto isso, o vocalista Dudu
afastou o body preto e as duas calcinhas usadas pela jovem e a penetrou com
força. O vocalista ejaculou nos braços e na roupa da jovem. Segundo o
jornalista, enquanto a jovem era penetrada por Dudu, John se masturbava e
tentava colocar o pênis na boca da garota. Ela foi agredida com tapas no rosto
e na bunda. Foi quando percebeu que tinha sangue na calcinha. A outra
adolescente, que havia sido levada para o banheiro, contou que ainda não sabia
o que se passava com sua amiga. Ela contou que um dos membros da banda
questionou "Você gosta de dar para cantor?", e exigiu que ela
praticasse sexo oral. Ainda no banheiro, Bryan a teria estuprado. Ela disse
que, de dois em dois, os músicos entravam no banheiro para estuprá-la. Enquanto
um a segurava pelos braços, o outro a penetrava. Após ser liberada, Alanzinho
deu um tapa na bunda da jovem e Bryan abaixou sua roupa. Um deles recomendou em
tom de ironia que a jovem tomasse a pílula do dia seguinte, pois "a gala
deles era grossa". Ainda segundo o depoimento reproduzido pelo Grupo A
Tarde, sujas de sêmen, as amigas se encontraram e choraram muito. Elas pediram
para usar o banheiro de uma pousada, mas, com vergonha, não contaram o que
havia acontecido. A prima das jovens que decidiu denunciar o caso à Polícia.
Promotora pede exame de DNA de
músicos
O terceiro dia de audiência de
instrução do Caso New Hit, previsto para acontecer nesta quarta-feira (20), em
Ruy Barbosa, na Chapada Diamantina, foi cancelado pela juíza Márcia Simões. Ela
acatou o pedido feito pela defesa alegando que duas testemunhas não foram
intimadas, pois não foram localizadas. A promotora Mariza Jansen que acompanha
o processo que acusa os integrantes da banda New Hit de estupro de duas
adolescentes solicitou, na audiência desta terça-feira (19), a coleta de DNA
dos membros do grupo para ajudar na investigação do caso. Amostras de DNA das
vítimas já haviam sido coletadas no exame de corpo delito feito logo após o
crime. "A defesa acolheu, porém o material ainda não foi coletado",
disse a promotora em entrevista à TV Bahia. O segundo dia da audiência terminou
por volta de 21h, depois do depoimento de seis pessoas. Elas começaram a serem
ouvidas desde as 8h de hoje.
Primeiro dia
Seis testemunhas foram ouvidas no
primeiro dia de audiência: dois policiais militares, uma das vítimas, a
ginecologista de uma das adolescentes e um músico da banda. Os advogados dos
réus chegaram a pedir a impugnação do depoimento da ginecologista, pedido que
foi negado pela Juíza Márcia Simões. O maior depoimento do primeiro dia foi de
uma das vítimas do caso. A jovem falou por cerca de 3 horas e estava
acompanhada da mãe, de agentes do Programa de Proteção (PPCAM) e de uma
advogada do Centro de Defesa da Criança e do Adolescente da Bahia (Cedeca). A
segunda-feira (18) também foi marcada por protestos. Desde a noite deste
domingo (17), foi realizado o bloqueio da rua que cerca o fórum. O reforço
policial conta com o apoio da Companhia Independente de Policiamento
Especializado (Cipe) e da Companhia de Emprego Tático Operacional, de
Itaberaba. Além dos músicos, Alan Aragão Trigueiros, Edson Bonfim Berhends
Santos, Eduardo Martins Daltro de Castro Sobrinho, Guilherme Augusto Campos
Silva, Jefferson Pinto dos Santos, Jhon Ghendow de Souza Silva, Michel Melo de
Almeida, Weslen Danilo Borges Lopes e William Ricardo de Farias, acusados de
prática de estupro qualificado com características de crime hediondo, o
policial militar Carlos Frederico Santos de Aragão, é acusado de acobertar o
crime. Os advogados de defesa dos músicos trabalham na hipótese de
consentimento sexual e não de estupro. Dois integrantes da banda confessaram
ter feito sexo com as adolescentes, mas com consentimento das vítimas. Já um
laudo fornecido pelo Departamento de Polícia Técnica (DPT) de Feira de Santana
foi possível evidenciar a existência de provas materiais para o crime, como a
quantidade de sêmen encontrada nas roupas das meninas e dos músicos.
Entenda o caso
Os nove integrantes da banda New Hit foram acusados de estupro após um show no dia 26 de agosto de 2012, em Ruy Barbosa, na Chapada Diamantina. Conforme consta no inquérito policial, no início da madrugada, as duas adolescentes teriam sido abusadas sexualmente dentro do ônibus da New Hit, que estava estacionado na Praça Santa Tereza, no centro de Ruy Barbosa. As adolescente contaram, em depoimento à polícia, que entraram no ônibus para fazer fotos com os rapazes. Lá foram atraídas para o fundo do veículo, onde teriam sido violentadas sexualmente.