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Neópolis - Cidades do Velho Chico - 31

O veneno letal


                            Landisvalth Lima
Todos nós sabemos que a qualidade dos nossos políticos não é nada boa. É só enumerar as últimas manchetes dos jornais ou capas de revistas para ver o nível em que estamos. Acredito que o fundo do poço está bem próximo. A pergunta é: como acabar com os párias, corruptos, malversadores, canalhas, carrapatos e urubus da política neste país? Os teóricos vão andar pela História, Filosofia, Antropologia, Sociologia etc....Mas só vejo como único caminho o uso do eleitor consciente como antídoto, ou melhor, veneno letal contra este bando da valdevinos encastelados nos cargos públicos.
E para que não digam que estou jogando palavras ao vento, cito um exemplo claro. O eleitor de Heliópolis, em sua maioria, parece ter certa consciência do uso do voto. Malgrado uns que tenham usado para promessa de emprego, para a aquisição de algum benefício, ou para vingança de promessa não cumprida, há muitos que votaram na última eleição acreditando realmente que o grupo político eleito, liderado por Ildinho e Gama, poderá fazer uma administração centrada na busca de uma política realmente voltada para o desenvolvimento do município. O mesmo eleitor que votou em Ildinho e Gama, agora, também acreditou no projeto político que no poder fracassou. A resposta veio de imediato.
Mas o que seria a política ideal para agradar ao eleitor? Há inúmeras. Quando se quer trabalhar para o povo, repito, há inúmeras. Infelizmente, por parte dos nossos vereadores, já houve um início que parece ser um demonstrativo de que não querem uma mudança substancial na velha política. Digo isso, porque perderam a oportunidade de melhorar o Orçamento de 2013. Ninguém, que deseja fazer uma boa administração, governa com um orçamento cheio de vícios como os que passaram nos últimos sete anos pela Câmara Municipal de Heliópolis, e todos aprovados sem nenhuma emenda de vereador. Ana Dalva perdeu o seu tempo tentando mudar alguma coisa e ainda sofreu séria oposição dos urubus, párias, carrapatos e desinformados da nossa velha e carcomida política. Neste caso, os últimos estão perdoados. Ninguém pode condenar alguém por não saber o que se está falando.
Minha esperança é que estão chegando novos nomes na política de Heliópolis. Sempre acreditei e acredito na juventude, embora os fatos obscuros me obriguem a fechar um olho e abrir outro. Refiro ao último resultado da seção 259. A urna dos mais jovens. Um vereador, que não tem base política na sede, teve um razoável número de votos e, nesta urna, Ildinho e Gama perderam feio. Soube depois que o dito candidato distribuía no fundo de uma casa notas de 50 e 100 reais para os garotos de 1º voto. Negociaram o primeiro voto e cumpriram a palavra votando num político corrupto e carreirista. É quase o inferno! Mas quero crer que foi um fato isolado. Tomara!
Ainda vale um registro para aqueles que acham que eu estou puxando o lençol para o meu corpo. Sei que a coligação que se formou em torno da chapa Ildinho-Gama não é um conjunto de Irmãs Dulces. Temos também os nossos párias, carreiristas, oportunistas, negociadores egocêntricos, falsos líderes, jovens teleguiados por espertalhões, filhos que querem falar em lugar dos pais, pais que querem falar em lugar de filhos e até urubus. Um grupo não se forma somente com pessoas simples, honestas, preparadas e dedicadas à causa pública, principalmente numa época como a que vivemos. Julgo, assim, que os bons formam a maioria deste aglomerado político. Resta a Ildinho, o líder maior, impedir que os maus tomem o volante e joguem o governo dele na vala dos comuns. Até porque, se o governo for bom, não restará aos maus outra alternativa a não ser aderir ao bem para continuar sendo objeto de transformação de uma sociedade e não da transformação de seu patrimônio.
Por fim, creio que o governo Ildinho-Gama terá uma oportunidade única para mostrar ao povo de Heliópolis que vale a pena formar um governo com cores tão diferentes. Mas precisamos ainda, para fazer uma administração voltada para o povo, convocar nossos professores. Sem eles a ideia não se completa, o plano não se conclui, o sonho vira frustração. Aí vem alguém e me diz: você é um louco! Por quê? Então vamos deixar de acreditar nos professores só porque eles deram um exemplo negativo de cidadania votando num prefeito que só usou o chicote no lombo deles? Lembrem-se, dos 150 concursados, cerca de 30 acreditaram no projeto. Vamos precisar dos 30 soldados para convencer os outros 120 a dar o melhor de cada um à nossa carcomida educação. Nada de perseguições, rancores e espertezas. O povo de Heliópolis merece o nosso esforço na construção de uma sociedade cada vez melhor. Precisamos mostrar que somos diferentes, que somos do time dos políticos do bem.