Ministro dos Transportes
explica que R$ 42 bi serão destinados a duplicação de 7,5 mil km de rodovias;
em ferrovias, serão R$ 91 bi para construção 10 mil km de trilhos
Célia Froufe, Anne Warth,
Eduardo Rodrigues, Renata Veríssimo e Eduardo Cucolo, da Agência Estado
rodovias duplicadas, em até 20 anos. |
Das péssimas condições para.... |
BRASÍLIA - O governo federal
anunciou nesta quarta-feira, 15, um pacote de concessões para aquecer a
economia e melhorar a infraestrutura do País. Segundo o ministro dos Transportes,
Paulo Sérgio Passos, o programa terá investimento de R$ 133 bilhões em concessões
em rodovias e ferrovias. Deste total, R$ 79,5 bilhões serão aplicados em cinco
anos e R$ 53 bilhões investidos entre o quinto e o 20º ano. Para as ferrovias,
serão R$ 91 bilhões para 10 mil quilômetros, sendo R$ 56 bilhões nos próximos
cinco anos e o restante, R$ 35 bilhões, entre o 5º e o 30º ano. Já o
investimento em rodovias serão de R$ 42 bilhões para duplicação de 7,5 mil
quilômetros. O ministro afirmou que nove lotes de rodovias serão concedidas à
iniciativa privada. Os trechos são: BR 101, na Bahia; BR 262, no Espírito Santo
e Minas; BR 153, em Tocantins e Goiás; BR 050, em Goiás e Minas Gerais; BR 163,
no Mato Grosso; BR 163/BR 262/BR 267, no Mato Grosso do Sul; BR 060, no
Distrito Federal, e BR 153, em Goiás e Minas; BR 262 em Minas; BR 116 em Minas;
BR 040 no Distrito Federal, Goiás e Minas. O governo quer a duplicação de toda
a BR 116 no trecho em que passa pelo Estado de Minas Gerais e também no trecho
entre Juiz de Fora e Brasília da BR 040. Segundo Passos, obras como construção
de contornos, de vias laterais, de travessias terão de ser feitas até o quinto
ano após a assinatura do contrato. "Não será um programa que se dilua em
15, 20 anos", assegurou. Outros aspecto mencionados pelo ministro é o de
que a seleção do vencedor se dará pela menor tarifa de pedágio sem cobrança de
ágio. Ele disse que não será cobrada tarifa na área urbana e os concessionários
que se responsabilizarem por cada trecho só cobrarão pedágio quando tiverem
pelo menos 10% das obras de concessão de suas áreas construídas.
Corredor
Ferrovias aparecem na lista das concessões |
Segundo Passos, o governo vai
abrir um grande corredor de ferrovias e poderá escoar mais de 5 milhões de
toneladas de grãos e minérios. "Vamos fazer uma articulação por meio de
ferrovias modernas entre o Nordeste, o Sul e o Sudeste", afirmou. Passos
explicou que a Valec, em nome do governo, comprará a capacidade integral de
ferrovias em todo o País e fará uma oferta pública dessa capacidade,
assegurando o direito de passagem dos trens em todas as malhas, dentro da
perspectiva de modicidade tarifária. A Valec, segundo o ministro, venderá parte
dessa capacidade aos usuários que quiserem transportar cargas, aos operadores
independentes e aos concessionários. Dos 10 mil quilômetros de ferrovias, 2,6
mil já estão mais avançados em termos de informações e estudos disponíveis,
como o Ferroanel São Paulo trechos Norte e Sul, acesso ao Porto de Santos,
Lucas do Rio Verde a Uruaçu, Estrela d'Oeste/Panorama/Maracaju e
Açailândia/Vila do Conde. Os estudos serão concluídos até dezembro. As
audiências públicas serão feitas em janeiro, os editais serão publicados em
março, as licitações serão feitas em abril e os contratos serão assinados entre
maio e julho. Os demais segmentos, que configuram 7,4 mil quilômetros, são:
Uruaçiu/Corinto/Campos, Salvador/Recife, Rio de Janeiro/Campos/Vitória, Belo
Horizonte/Salvador, Maracaju/Mafra e São Paulo/Mafra/Rio Grande. Nesses
trechos, os estudos serão concluídos até fevereiro, as audiências públicas
serão feitas em março, os editais serão publicados em maio, as licitações serão
feitas em junho e a assinatura dos contratos será feita entre julho e setembro.
’Cronograma é do governo‘
Passos destacou à presidente
Dilma Rousseff que o cronograma de concessões em infraestrutura é do governo,
mas que conta também com a participação do setor privado. Segundo Passos, Dilma
tem "noção de urgência" e quer que "as coisas aconteçam
logo". "É importante que se diga: a senhora tem um olho no presente e
um olhar muito claro para o futuro. Estamos propondo projetos estruturais de
grande importância para o Brasil."
Nova companhia
Conforme o ministro, ao lado da
criação de uma nova companhia para gerir o trem bala, a nova etapa de atuação
do governo amplia a escala dos investimentos públicos e privados em
infraestrutura. "Falamos em ferrovias e rodovias, destacando a duplicação
dos principais eixos rodoviários do País", disse. "Se precisamos
reforçar nossa condição institucional, isso se faz a partir de planejamento e
logística", acrescentou. O ministro dos Transportes também destacou que as
licitações em rodovias e ferrovias contarão com "condições adequadas"
de financiamento, de acordo com as necessidades de cada projeto. Segundo ele,
os projetos terão juros de TJLP mais uma taxa de até 1,5% e carência para
início de pagamento de até três anos. A amortização será feita em até 20 anos,
segundo o ministro. "Estes empreendimentos serão desenvolvidos com grau de
alavancagem de 65% e 80%", disse.