A cerveja estava gelada e o tira-gosto de primeira. Antônio
Jackson e Zélia, os anfitriões, fizeram uma ótima recepção. Tudo perfeito, exceto
a caminhada da oposição. Esta foi a segunda reunião e a única coisa de evoluiu
foi a presença do público. Ainda há sete candidatos e estão vendendo a ideia de
que há união. Todos sabem que não há união com tantos concorrentes. Até os
discursos já estão se repetindo e começam a cansar. Quem esperava a desistência
de alguém ficou frustrado. Até mesmo Zé do Sertão, que havia declarado que
poderia ser candidato a vereador, recuou e reafirmou sua pré-candidatura a
prefeito. Para completar, quase teríamos mais um candidato: Beto Fonseca, filho
de Ildinho, mas a operação foi abortada por Gama Neves. O ponto mais evolutivo
foi o pronunciamento do professor Landisvalth Lima (PPS) que apresentou uma
proposta concreta e desconsiderou por vez a candidatura de Nilda Santana (PMDB) que, mais
uma vez, não compareceu. Além disso, o ex-vereador Mundinho do Tijuco, do PMDB,
declarou apoio a Gama Neves.
A reunião começou com Antônio Jackson (PT) chamando atenção
para uma quantidade significativa de agentes políticos presentes no evento que
estava no grupo que deu sustentação aos atuais administradores. Raimundo Lima
(PR), disse que não viu mudanças em relação à reunião anterior. Roberto da
Farmácia (PSC) disse que todos ali mereciam ser eleitos, mas o problema era
saber quem queria governar com o grupo. Mundinho do Tijuco (PMDB), declarou o
seu apoio a Gama Neves (DEM), mas disse que estava disposto a apoiar outro
nome, caso o seu candidato não fosse o escolhido.
Quem falou um longo período foi o ex-prefeito Zé do Sertão
(PDT). Apresentou um esboço denominado CEPCEL com o objetivo de criar uma
agenda para facilitar o trabalho de coordenação e organização de candidaturas
aos cargos do executivo e legislativo. A proposta não ficou muito clara, mas há
nítida preocupação do ex-prefeito com as candidaturas proporcionais e revelou
que ninguém falava de ser vice-prefeito. Ele próprio disse que se não fosse
escolhido seria candidato a vereador, jamais a vice-prefeito.
Em seguida falou Tiago Andrade (PTN). Disse que o mais
importante de uma eleição é ganhar para transformar. Segundo o pré-candidato a
prefeito do PTN, os efeitos da seca são danosos basicamente porque não há
administração no município. Gama Neves, pré-candidato do Democratas, disse que
a oposição precisava parar de fazer eleição e começar a fazer política. Para
isso era necessário colocar na cabeça que a Prefeitura de Heliópolis não era
propriedade de ninguém. Adilson Barbosa (PP), deixou claro que queria continuar
o legado do seu pai, o ex-prefeito Aroaldo Barbosa (PT). Este último falou logo
em seguida, apresentou o filho como pré-candidato a prefeito e disse ter
certeza de que ele não iria decepcionar. Na sequência falou o presidente do
Partido dos Trabalhadores Ademário Nobre. Segundo ele, Heliópolis está com 27
anos e as coisas parece não sair do lugar. Beto Fonseca (PSC) confirmou a ideia
de que, embora ainda não houvesse uma definição, a oposição estava viva e o seu
partido estava pronto para contribuir na caminhada.
Logo após falou o professor Landisvalth Lima (PPS). Para
ele, urgia afunilar as candidaturas. Os discursos estavam recheados de
cortesias, mas que não estavam levando a canto nenhum. Apresentou a candidatura
de Ana Dalva (PPS) e fez compromisso de um governo onde todos ali
participassem. A preferência do PPS era Ana Dalva prefeita, com Tiago Andrade,
Adilson Barbosa ou Zélia Maranduba na vice. Como segunda alternativa apresentou
Gama Neves prefeito com Tiago, Zélia ou Adilson na vice. Se por acaso nenhum
dos dois nomes para prefeito fossem aceitos, o PPS quer indicar o vice numa
chapa de consenso, desde que o candidato ou candidata se comprometa a sentar
com os servidores públicos e professores do município para organizar
definitivamente os planos das respectivas carreiras e implantar pontos do
projeto do PPS, já apresentado. O professor só lamentou a ausência mais uma vez
da pré-candidata Nilda Santana (PMDB) e não a via mais como pré-candidata,
principalmente após a declaração de Mundinho do Tijuco (PMDB) apoiando Gama
Neves. Nenhuma outra contraproposta foi apresentada.
Na sequência falou a vereadora Ana Dalva que, mais uma vez,
culpou os vereadores por parte dos males que acontecem no município e também
disse que muitos administradores usam a prefeitura como um bem particular e
esquecem o povo. Marcos de Jailma (Marcão-PT), do município de Banzaê, torcia
pela indicação de sua irmã Zélia para ser a candidata das oposições e já estava
contente com a união dos 11 partidos ali presentes. Elogiou o esboço
apresentado por José Emídio, mas disse que ali seria útil para um processo mais
longo. Era já hora de ir a busca de uma chapa de consenso. Falaram depois o
próprio Zé do Sertão, que demorou muito tentando mostrar que seus governos
tinham também qualidades - Jorge Souza (PR) do Jornal Impacto e do blogue
Impacto Jovem – professor Igor Leonardo - professor José Quelton, presidente do
SINDHELI e Beto Moura (Beto de Zé Gordinho – DEM). Todos louvaram a união e
pediram mais atenção ao público para não transformar o público em algo privado.
No encerramento, Antônio Jackson coordenou a marcação de
duas novas reuniões. A primeira será na terça-feira em Heliópolis, só com os
pré-candidatos. Lá vão tentar diminuir ao máximo as pré-candidaturas. Os
resultados serão levados numa reunião dia 27, domingo, no povoado Tijuco. O
local ainda está indefinido. Dois locais foram apresentados: um do pré-candidato
a vereador pelo PV, Teca, e outro do ex-vereador Mundinho do Tijuco. Durante a
semana será decido.
Nesta segunda reunião das oposições, o que se percebeu é que
a maioria dos candidatos está querendo ganhar tempo para ver se o nome ganha
musculatura. Só que não há mais tempo. Partidos como PR, PPS, DEM e parte do
PMDB estão já na estrada há muito tempo e sabem que a hora é de organizar a
campanha. Se esta semana não caminhar para uma definição ou para algo que
indique uma definição próxima, estes partidos podem caminhar para a
consolidação de uma candidatura entre Gama e Ana Dalva ou deixar a definição
para as convenções em junho. A oposição está viva, mas patina e não sai do
lugar.