Diante da novela da composição das forças de oposição em
Heliópolis, revelando um final nada feliz, a vereadora Ana Dalva já cogita com
os colegas de partido a preparação de uma chapa alternativa para disputar o
espaço da oposição nas eleições deste ano. Para ela, a rejeição do atual
administrador é tão grande que não haveria problema a existência de duas chapas
de oposição. “Temos que dar ao povo a oportunidade de pensar no melhor. Não adianta
um leque de oposição onde as possibilidades de mudança são mínimas.”, declarou.
Para a vereadora do PPS a questão é que há muito chefe de
tribo e pouca vontade de transformar realmente o município. A informação dá
reforço aos boatos, cada vez maiores, de que o empresário Celso Oliveira está
irritado porque não consegue emplacar Adilson Andrade, filho de Aroaldo, como
candidato a prefeito. Parece que o único segmento a aceitar o nome foi o do
ex-prefeito Zé do Sertão, mas em troca da vice para sua esposa Naudinha. Nos
bastidores todos concordam que a chapa é um suicídio. Adilson é um nome leve,
mas não tem proposta, discurso e empolgação. Já a vereadora Naudinha fez um
mandato fraquíssimo na Câmara, inclusive foi a que mais faltou, e isso seria um
prato cheio para os encastelados do poder.
Outra questão é a colocação, de última hora, do nome de Beto
Fonseca. Além da tentativa de Antônio Jackson e Zélia Maranduba em colocar o
nome entre os pré-candidatos na última reunião no Riacho, Roberto da Farmácia
esteve conversando com a vereadora Ana Dalva para aceitar o nome de Beto como
candidato de consenso. A vereadora até aceitou, desde que ele colocasse o seu
nome também para concorrer na pesquisa e com a anuência de todos. A questão é
que Roberto está vendo sua eleição em Fátima ir por água abaixo e quer um
pedaço do poder em Heliópolis. Não há nada de ilegítimo nisso, mas revela que
os interesses pessoais estão sendo levados ao plano primordial e Heliópolis
ficará mais uma vez esquecida.
Na reunião de ontem, sexta-feira (25), na casa de Ronaldo
(DEM), que seria para estabelecer pontos da pesquisa, foi apresentado o CEPCEL
idealizado por Zé do Sertão. Nele, claro, o ex-prefeito faz um perfil altamente
positivo de sua pré-candidatura, insinua a possibilidade de ser candidato a
vereador e apresenta a vereadora Naudinha como vice de uma chapa de consenso.
Faz restrições seríssimas ao professor Landisvalth Lima, colocando-o como ponto
de dificuldade por causa de suas restrições. O professor, que não compareceu às
duas últimas reuniões, diz que é a pura verdade. “Divirjo mesmo. Sou contra o
mandonismo, a corrupção, a safadeza, a colocação dos interesses pessoais acima
dos de Heliópolis. O ex-prefeito tem razão. Eu não sou subserviente e vassalo
de políticos acostumados ao aqui quem manda sou eu.”, disse.
Mas foi a vereadora Ana Dalva que chamou atenção para a
pauta da convocação da reunião: organização dos critérios da pesquisa. Ocorre
que muitos não querem mais o processo. A maioria está com medo de haver uma
articulação do poder e pregar o nome de Zé do Sertão como o escolhido. Nas
redes sociais, principalmente no Facebook, os partidários do PC do B estão
espalhando o nome do ex-prefeito como candidato das oposições. Para eles seria
o melhor opositor. Não é segredo o alto índice de rejeição do ex-prefeito. O
que os encastelados do poder não querem é ver o nome de Ana Dalva ou de Gama
Neves. Pior, os grupos de oposição parecem também colocar dificuldades em
aceitar os dois por serem nomes independentes ou que não podem ser “controlados”.
Fato é que, na referida reunião, Zélia Maranduba pediu para
retirar o seu nome da pesquisa, mas continua pré-candidata, embora nos
bastidores trabalhe o nome de Beto Fonseca, que também não está relacionado na
pesquisa. Quem ainda não retirou o nome de jeito nenhum foi a candidata do PMDB,
Nilda Santana, mais uma vez ausente em mais uma reunião. Neste encontro também
não compareceu o pré-candidato Adilson Barbosa, o empresário Celso Oliveira e o
professor Landisvalth Lima. Domingo haverá uma reunião no povoado Tijuco, mas
todos estão certos de que a pesquisa está na UTI e o candidato de consenso não
sairá.
Diante disso, o PPS, o PR e o PTN farão uma reunião com o
DEM e estabelecerão novos rumos a partir desta 2ª Feira. É provável uma chapa
pronta representando este segmento. O maior defensor é o professor Landisvalth
Lima. “Estão querendo candidatos que façam o jogo de meia dúzia de pessoas.
Heliópolis tem 13 mil habitantes. Poucos querem debater os problemas do
município e apresentar solução. Se PR, DEM e PTN não toparem, acho que o PPS
deve lançar logo o nome de Ana Dalva e ir para luta. Se o povo quiser continuar
com os mesmos de sempre, é uma escolha legítima. O que a gente não pode é não
dar esta opção aos eleitores de Heliópolis.”, finalizou.