Josenildo foi morto com um tiro na nuca |
O seu nome é Josenildo Cardoso de Jesus. Conhecido por
Galego Moto Taxista, estava próximo dos 30 anos, era pai de 3 crianças, vivia
um relacionamento sólido, solteiro. Era filho de José Cardoso de Jesus e dona
Maria do Carmo de Jesus. Sua história de vida é bem parecida com a de muitos
que trafegam os caminhos de Heliópolis. Josenildo era moto taxista e foi
encontrado morto na estrada da Fazenda Umburana, próximo ao povoado Trapalha,
onde o falecido residia. O Sargento Pedro Leal e o policial civil Wellington
Batista estiveram no local por volta das 15 horas desta segunda-feira (30),
véspera do Dia do Trabalho, e constataram homicídio por arma de fogo. Josenildo
recebeu um tiro na nuca e deve ter reagido porque havia sinais de espancamento
na boca. Sua motocicleta e seus documentos foram levados pelo bandido que,
provavelmente, seguiu rumo ao estado de Sergipe, entrando pelo Povoado de Rio
Real.
Populares ao redor do corpo, aguardando o resgate |
Segundo colegas de trabalho, Josenildo estava no ponto de
moto taxi até às 13 horas e ninguém viu o cliente que ele levava. O assassino
deve ser alguém que conhece a região. O lugar do crime é bem desabitado e as
casas ficam bem distantes umas das outras, o que facilitou o homicídio e a
fuga. Outro fato considerado pelos colegas é que Josenildo jamais aceitaria um
frete para uma região daquela sem conhecer o cliente. Curioso é que Galego
trabalhava como motorista da loja Thaís Móveis e deixou o emprego para montar o
seu próprio negócio no ramo de moto taxista. Não sabia que ali começava o seu
fim.
Fato é que mais um ser humano perde a vida realizando seu
ato mais nobre: trabalhar. Num município que está calejado do sofrimento da
seca, das péssimas condições sociais, da baixa qualidade da educação, da falta
de saúde satisfatória, pessoas, na sua melhor idade produtiva, são assassinadas
por outras pessoas que buscam, de forma ilícita, se apoderar dos bens de
terceiros. No meio dos curiosos que se aglomeravam perplexos diante do corpo
desfalecido, um homem gritava “Heliópolis vai se acabar! Isso aqui vai se acabar!
Não tem segurança, não tem nada!”. Manifestação típica dos que estão perdendo a
esperança de ver seu lugar vivendo em paz. Até por volta das 18 horas o corpo
ainda estava no local aguardando transporte para perícia.
Colaboraram Jorge Souza, do Jornal IMPACTO, e
Raimundo Lima do portal FALASCOCRI.