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São Pedro de Heliópolis 2018: 2ª noite consagra Adelmário Coelho

Adelmário Coelho encerra show na 2ª noite do São Pedro de Heliópolis 2018 (foto: Landisvalth Lima)
A segunda noite do São Pedro de Heliópolis ocorreu dentro do esperado. Não houve maiores inovações nem surpresas. As atrações atenderam aos reclames do público, que, como sempre, é a maior marca do sábado. No horário de pico, durante a apresentação do forrozeiro Adelmário Coelho, a praça de Eventos contava com mais de 30 mil pessoas. Quem assistiu a toda animação deste dia jura que não estamos vivendo uma das maiores crises da nossa história.
Esta poderia ser consagrada como a noite de Adelmário Coelho, mas não foi somente isso. Tudo começa com Leandro da Pisadinha e seu inconfundível show de animação. O cantor consegue, mesmo cantando os sucessos já conhecidos do público, irradiar energia. Quando encerrou sua apresentação inicial, a praça estava lotada. Leandro passou o bastão para Alaelson do Acordeom. Este ano, o forrozeiro de Heliópolis repetiu a formação com a turma do Barões do Forró. Dois tempos fantásticos do show foram a sequência que começa com a música Frevo Mulher, de Zé Ramalho e segue uma série de clássicos juninos. Nesse momento é possível ouvir a criatividade da sanfona de Alaelson e a guitarra inconfundível de Felipe Mota. A banda nativa não fica devendo absolutamente nada a outras bandas de sucesso.
Mas a noite foi de Adelmário Coelho, artista da Bahiatursa, e figura constante no São Pedro de Heliópolis. O forrozeiro, que está completando 24 anos de carreira, depois do show tradicionalmente fincado no forró raiz, deu entrevista exclusiva a este blog. Disse que já está pensando no projeto para coroar os seus 25 anos na estrada e que tem um carinho especial pelo público que o acompanha ao longo desse tempo. Pede a Deus continuar tendo saúde para levar toda essa representatividade poética e musical ao povo. Sobre como consegue fazer sucesso por tanto tempo, Adelmário Coelho diz que sempre pensa no público e, principalmente, acredita no que se está fazendo. “Desde 1993, quando iniciei, entendo a riqueza e o valor dessa cultura. Pode acontecer aqui e ali baixas momentâneas, mas eu sempre permaneço fiel a ela.” Disse, referindo-se à música nordestina de raiz.
Baiano de Curaçá, nascido na localidade de Barro Vermelho, foi morar e trabalhar no Polo Petroquímico de Camaçari. Deixou de ser operário da indústria e virou operário da música, sempre destacando o carinho e a generosidade do seu público. Adelmário é o continuador de vários desbravadores da música nordestina. Ele cita o maior de todos que foi Luiz Gonzaga. Mas ele também faz referência ao Trio Nordestino, Genival Lacerda, Jackson do Pandeiro, Marinês e tantos outros que fizeram o caminho hoje trilhado por ele com muita responsabilidade. O forrozeiro deixa claro o compromisso dele com essa geração e com as gerações futuras. “Eu canto uma música para fazer se sentir bem uma criança, um adulto, jovens de todas as idades que, certamente, não deixarão essa musicalidade desaparecer. Eu fico então realizado porque estou seguindo os ensinamentos destes mestres e continuarei por aí até quando Deus nos permiti.” - revelou.
Adelmário Coelho deixou claro que só canta aquilo em que acredita. “Só gravo aquilo que possa representar algo para as pessoas. Quando faço show fora do Brasil e canto Asa Branca, vejo que o conteúdo toca as pessoas onde quer que elas estejam. É isso a nossa responsabilidade com o produto cultural que vai ser absorvido pelo ouvinte. Não pode ser uma coisa só para ganhar dinheiro.” - destaca. Sobre sua parceria com a Bahiatursa, Adelmário se diz satisfeito. Ele faz questão de afirmar o valor da Bahiatursa para a cultura baiana e sabe que ela tem consciência do valor dele como artista. Embora se diga apartidário, afirma que o governador Rui Costa faz um trabalho bonito para a Bahia e merece ser aplaudido. “Certa vez disse para o prefeito Ildinho que ele tratasse bem o povo de Heliópolis. Eu já conhecia sua fama de prefeito bom pagador e a gente torce para pessoas como estas continuem tratando bem o dinheiro do povo.”, finalizou.
Mas a noite ainda se fazia incompleta. Faltava o show de Wallas Arrais. Como o cantor atrasou um pouco, Leandro da Pisadinha voltou ao palco para um segundo tempo. Ajudou a manter o público aceso. Em seguida, Arrais abre o show e, sem inovações, faz uma ótima apresentação. O cantor cearense, natural de Iguatu, já tem um público considerável na nossa região e cumpriu a missão com êxito. Para fechar a noite, mais uma apresentação eletrizante de Pica-pau Forrozeiro. O dia amanheceu e agora é esperar o último dia do São Pedro 2018, que, certamente, vai deixar saudades.