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Neópolis - Cidades do Velho Chico - 31

Pelegrino e Daniel Almeida denigrem a luta dos trabalhadores em defesa do Poder

"Quando Wagner assumiu, os professores ganhavam menos que
o salário mínimo como salário-base"
  (foto: 
Raul Spinassé) 
      Quem conhece a história da Bahia não vai acreditar em duas notícias. Uma está posta no portal do jornal A TARDE desta segunda-feira (21) e outra foi destacada no portal Bahia Notícias, do Samuel Celestino. A primeira é uma entrevista do jornalista Biaggio Talento com o eterno candidato do PT à prefeitura de Salvador, deputado federal Nelson Pelegrino. Entre outros assuntos tratados, acreditem, ele disse que os professores estão sendo injustos com o governador Jaques Wagner. Disse o deputado: “Na minha opinião, acho que há uma injustiça (dos professores) em relação ao governador. Tenho participado de muitas negociações. Nosso governo não trata o servidor público como os governos passados. Em todos os anos foram dados reajustes, carreiras são reestruturadas. Os professores tiveram um aumento de 30% acima da inflação. Quando Wagner assumiu, os professores ganhavam menos que o salário mínimo como salário-base. Tinha que ser com gratificação para complementar. Sou testemunha, pois participei desse debate. O governo fez um esforço grande para que esse movimento não terminasse numa greve. Inclusive admitindo pagar os 22%  – uma parte em novembro, outra em abril. Sei que há uma dinâmica interna no movimento sindical. Você tem lá PCdoB, mas tem PSB, PT, PSOL, PSTU, há disputas internas, eleição este ano. Então, essa dinâmica levou à paralisação.”
     Em seguida o jornalista disse: “O senhor tem que trabalhar contra esse desgaste no governo do Estado que a greve está provocando...” e Pelegrino completou: “Não tenha dúvida. Eu estou preparado para, na eleição, enfrentar o debate de como os governos passados tratavam os servidores públicos e nós tratamos. Por exemplo, os praças da PM tiveram reajuste de 38% acima da inflação, antes do governo atender uma reivindicação de 14 anos, porque participei dessa negociação em 1997, que criou a lei que estabeleceu as gratificações que o governo vai pagar e custará R$ 400 milhões. A proposta que o governo fez para resolver o problema dos professores vai custar R$ 500 milhões. O Estado já está 44%, quase chegando em 46% em relação ao limite prudencial da Lei de Responsabilidade Fiscal. Agora há essa mobilização dos médicos. É preciso lembrar que todos somos parceiros na administração estadual. O Sindicato dos Médicos é ligado ao PCdoB que tem um peso muito grande na Secretaria de Saúde. Ocupa postos estratégicos na Sesab. Portanto, de toda política que é feita pelo governo do Estado eles são parceiros. Então, não concordo que o governador não tem uma relação democrática com os servidores públicos e que não tenha implantado uma política de valorização. Agora, para governar, às vezes é preciso ter coragem de dizer não. O governo foi no limite para tentar resolver o problema (dos professores).”
Daniel Almeida, presidente do PCdoB na Bahia.
Foto: Tiago Melo
 
     A outra nota é do PCdoB. Acreditem, a direção estadual do PCdoB aprovou uma deliberação de censura ao comportamento de Rui Oliveira, membro da legenda e presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado da Bahia (APLB). Segundo o deputado federal Daniel Almeida, presidente da sigla no estado, a decisão foi motivada pela conduta do dirigente sindical no relacionamento com o governo. A entidade de classe e a administração estadual estão em conflito devido à greve dos professores. A cúpula partidária acredita que Oliveira tem dado à paralisação um caráter político, agressivo e não reivindicatório. “O partido orientou para uma posição de não fazer nenhum ataque ao governo, no sentido de não fragilizá-lo, e isso não tem sido verificado”, afirmou o parlamentar ao Bahia Notícias. O deputado reconheceu que Oliveira “não pode ser impedido de falar”, mas disse que o caso “poderá ter desdobramentos futuros” e que caberá a uma comissão de controle interno avaliar se alguma medida será tomada. Procurado para comentar o caso, Rui Oliveira não foi localizado.
     Ou seja, o Poder é mais importante que os trabalhadores que votaram nestas duas ilustres figuras representativas da outrora esquerda baiana. Ou, traduzindo, a esquerda de ontem é a direita de hoje. Outra verdade: nenhum governo incompetente se preocupa com educação. O educado padrão enxerga um incompetente a quilômetros de distância. Pelegrino e Daniel Almeida podem até conseguirem votos suficientes para se elegerem nas próximas eleições por outros métodos, talvez os menos recomendáveis. Certamente, pelo voto consciente dos trabalhadores da área de educação é que não serão agraciados. Esta fonte secou.