Os melhores caminhos para se chegar ao município de Ilha das Flores passam pela rodovia SE 200, seja vindo de Propriá ou trafegando pela SE 100, vindo de Aracaju, pegando depois a SE 204 para novamente trafegar pela SE 200, que corta toda a cidade, margeando o rio São Francisco. A cidade de Ilha das Flores fica distante 135 quilômetros da capital, e sua população está em 8.321 pessoas – censo de 2022. A área total do município é de 52,693 km², com uma densidade demográfica de 157,91 hab/km². Faz limites com os municípios sergipanos de Brejo Grande, Neópolis e Pacatuba, e ainda com o município alagoano de Penedo.
A história da localidade passa pela data de 15 de fevereiro de 1826. Com a chegada dos padres jesuítas em Cajuípe de Cima, Brejo Grande, várias missões foram realizadas em várias localidades. Como de costume, os padres recebiam de presentes bois. Com uma quantidade razoável, procuraram um lugar para criá-los, É aí que entra na história o caboclo Manuel Ricardo para ser o vaqueiro e também encarregado de encontrar um local onde plantariam capim para alimentar o gado. com os quais formaram um arraial seu nome inicial de Ilha dos Bois. Como havia uma quantidade enorme de flores nativas cobrindo as terras que formaram o município, e ainda por se tratar de uma ilha do rio São Francisco, logo o nome foi mudado para Ilha das Flores.
Quase dez anos depois, em 15 de março de 1835, os padres jesuítas foram expulsos pelas tropas portuguesas e entregaram as terras ao chefe político da região, o coronel Agripino do Aracaré, de Vila Nova, hoje Neópolis. Esse coronel prosseguiu comprando e vendendo gado até sua morte, quando a esposa assumiu os negócios. A esposa não levou o negócio adiante e acabou vendendo a boiada e doando as terras ao padroeiro do município, Santo Antônio. A terra doada foi dividida entre vários posseiros, que construíram dezenas de barracas no local e deram o nome de Arraial de Santo Antônio.
Depois disso a Ilha prosperou bastante. Em 7 de abril de 1947, com a iniciativa do farmacêutico Luiz Ferreira Lisboa, passou à condição de povoado. Na época, ele era prefeito de Parapitinga, hoje Brejo Grande, e conseguiu em 15 de abril de 1950 a condição de distrito, oficializado somente pela através da Lei 823, de 24 de julho de 1957, mas ainda pertencente a Brejo Grande. Luiz Lisboa (antigo dono da Fazenda Cabacinha, ex-delegado, ex-vereador e ex-prefeito) foi também o responsável pela emancipação do distrito. Enquanto administrava Brejo Grande, providenciou a documentação necessária para desmembrar o lugar onde nasceu do município do qual era prefeito. A oficialização veio com a Lei estadual nº 916, de 30 de janeiro de 1959, desmembrando o atual distrito de Ilha das Flores de Brejo Grande, formando um município com um único distrito. A instalação ocorreu apenas em 1º de abril de 1960.
A presença do São Francisco deveria ser um bom motivo para Ilha das Flores ser um exemplo no trato com o meio ambiente. Entretanto, essa realidade está ainda muito longe. Apresenta 11,4% de domicílios com esgotamento sanitário adequado, 48,3% de domicílios urbanos em vias públicas com arborização e 19,9% de domicílios urbanos em vias públicas com urbanização adequada. Está entre os últimos em Sergipe nestes quesitos. Mas uma coisa ninguém pode negar: é uma das regiões mais belas do estado e precisa desenvolver sua capacidade de atrair mais turistas. O principal tempero para isto já tem, que é a generosa receptividade do seu povo aos visitantes.