Quem será responsabilizado por um prejuízo de 2 bilhões de reais?
O Brasil é um país feito para testar a paciência do seu povo o tempo todo. Não bastam os processos de corrupção sendo todos os dias anulados, sem ninguém se preocupar com os bilhões torrados. Morreram quase 700 mil pessoas de Covid-19, boa parte por negligência das autoridades, e nada acontece, mesmo depois de uma CPI reveladora. Enfim, este não é um país para sensatos. Agora, como se já não bastassem os escândalos existentes, somos informados de que o Ministério da Saúde afirmou que a gestão de Jair Bolsonaro deixou vencer 38,9 milhões de doses de vacinas contra a Covid, avaliadas em R$ 2 bilhões, notícia da Folha de São Paulo.
As doses do imunizante perderam a validade ainda em 2021, além de outras que expiraram em 2022. Em janeiro deste ano, já no governo Lula, venceram mais 27,1 milhões de vacinas. O ministério da Saúde informa que, desse total de doses vencidas, 2 milhões já foram descartados e 31 milhões estão encaminhados para incineração. Ouvido pela Folha, o ex-ministro da Saúde Marcelo Queiroga alegou que seus secretários eram os responsáveis pelo controle dos estoques. Ele, claro, não tem nada a ver com o bregueço. E ainda justificou dizendo que as vacinas foram adquiridas em função da população brasileira e que a adesão aos imunizantes diminuiu depois do controle sanitário da doença em todo o mundo.
Esse caso é mais um escândalo que ficará nos anais das coisas mal resolvidas deste país. Ninguém será responsabilizado pelo desperdício de 2 bilhões de Reais, dinheiro que daria para asfaltar 2 mil quilômetros de estrada ou construir 2 mil postos de saúde. Nossa pátria dos sonhos, justa e protetora, virou um pesadelo de exploração e desperdício. Com uma carga tributária que esfola as costas do trabalhador, e que nunca parece saciar sua sede arrecadatória, o Brasil dá mau exemplo ao tratar o dinheiro público com desdém, passando a ideia de que o estado pode tudo.
