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Ádria, o último adeus!

O homem que está matando o Brasil

Bolsonaro queria 10%, recebeu tudo e agora não quer deixar para nínguém. (Foto: Metrópoles)
 Acabei de ler no portal O Antagonista a afirmação de um amigo de Bolsonaro por mais de 40 anos. Alberto Fraga foi do círculo reduzido dos amigos do capitão e rompeu com ele após o falecimento de sua esposa, derrotada pela Covid-19. Jair Messias nem mesmo foi ao enterro ou sequer lamentou com o amigo a perda da companheira. Alberto se desligou completamente de Bolsonaro, para nunca mais. Em entrevista ao jornal O Estado de São Paulo, disse que, durante a campanha, o ex-amigo revelou que chegaria aos 10% dos votos, meta estabelecida no pleito como perfeita. Portanto, Bolsonaro não acreditava que ganharia o cargo de Presidente da República. 

A revelação mostra que Bolsonaro estava no lugar certo, na hora certa. Pegou o discurso do ódio e o transformou em arma. Ao lado disso veio a onda do antipetismo, o discurso contra a corrupção e uma facada. Junto e misturado, tudo isso gerou 57 milhões de votos. Falando assim, parece até fácil, mas muita água rolou debaixo da ponte para que este ser desumano chagasse ao maior cargo da nação. E é fácil entender. Depois de 21 anos de ditadura, olhamos para o Caçador de Marajás e achamos bonito e revelador. Não queríamos o Sapo Barbudo amigo de Cuba. Nenhum marajá perdeu nada! Optamos pelo sociólogo do Plano Real por oito anos. Entendemos seus argumentos, apesar de ter comprado a reeleição e vendido boa parte das estatais do país.

Finalmente, depois de algumas conquistas movidas a alto custo, apostamos no Operário com um cardápio de três derrotas. No poder, ao lado de uma elite neoliberal menos nociva, demos um longo passo na divisão de renda tão propalada. A economia deu um pulo, mandamos às favas a dívida externa e a produção industrial foi ao ápice. Éramos, finalmente, uma nação rica e pujante! Parecíamos não acreditar! Era possível, sim! Mas alegria de pobre dura pouco, realidade transformada em martírio. A corrupção bateu em nossas portas como nunca antes na história da nação. Mesmo assim, com o discurso do nós contra eles, chega a senhora armazenadora de ar, com ares de última mandioca do pacote. Todas as nossas conquistas começam a ir por água abaixo e tudo parece derreter como gelo no fogo. A decepção visível em cada olhar vira ódio. É neste terreno que Bolsonaro plantou sua eleição, sem mesmo saber que daria certo.

E por que não deu um Amoedo, Marina Silva, Ciro Gomes, Álvaro Dias? Talvez, o discurso de Amoedo e Álvaro Dias, antipetistas por excelência, não traziam a amargura da indignação e foram sufocados pelo ranço do discurso bolsonarista. O discurso de Marina Silva era o mais perfeito de todos, mas não trazia o travo do antipetismo. Por fim, Ciro Gomes, por pura tática, não bateu nos defeitos do PT. O tudo ou nada de Bolsonaro deu certo! 

Sorte dele, azar nosso! Atirou no que viu, acertou no que estava fora do seu alcance e está matando o Brasil.