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Neópolis - Cidades do Velho Chico - 31

Poucas & Boas 2019.4

Na Bahia é diferente!
Demolido, mercado de Poço Verde dará lugar a uma praça de eventos (foto: Landisvalth Lima)
Não é difícil para quem acompanha o noticiário estranhar fatos que ocorrem rotineiramente em outros estados e aqui na Bahia quase nunca ocorrem. Excetuando-se as ações da Polícia Federal e do Ministério Público Federal, nada acontece por aqui. Em Sergipe, alguns prefeitos foram presos, deputados tiveram processos, condenações e cassação de mandatos, tudo motivado por investigações do Ministério Público Estadual, Polícia Civil e outros órgãos fiscalizadores. Até o governador Belivaldo Chagas teve que dar satisfação à Justiça. Na Bahia nada acontece. Parece que estamos num estado onde tudo funciona às mil maravilhas e os políticos são a última geração calibrada da espécie. Exemplo para o país!
Adesão na gaveta I
É comum na Bahia, prefeitos, vereadores, deputados aderirem ao vencedor, claro, em nome da busca de recursos para suas bases partidárias. Desculpas não faltam. Lembro-me certa feita de uma justificativa dada pelo ex-deputado federal Mário Negromonte, hoje Conselheiro do Tribunal de Contas da Bahia. Dizia ele que votou contra a aposentadoria dos idosos para carrear recursos para região. Então perguntei a ele se valia a pena matar os velhos para conseguir dinheiro. Ele não respondeu e caiu fora. Hoje, até aderir está difícil. Nos estados do Nordeste, os governadores são de oposição ao governo federal. Com os estados quebrados, a única fonte de recursos é o governo federal. E a torneira está fechada!
Adesão na gaveta II
Governadores, prefeitos e deputados queriam muito achar um motivo para pular de lado. Ao contrário, há motivos de sobra para ficar onde se está. Se fosse um presidente popular, vai lá. Bolsonaro está perdendo espaço no coração do povo. Seu governo ainda não começou e as atrapalhadas beiram o inimaginável. Tenho a impressão de que uma doença chamada “infantilização” contamina nossos novos dirigentes e isso dificulta até mesmo adesões tidas como certas. Um governo “normal” já teria tido adesões em massa e ajudaria a aprovar as medidas contra a corrupção e violência e, como até mesmo os governadores do Nordeste querem, embora não tornem isso público, acabaria com o déficit público gerado pelo rombo gigantesco da Previdência Social.
Adesão na Gaveta III
Outro fator que impede adesões em massa ao governo é 2020. Ninguém quer arriscar largar o osso. Os prefeitos querem fazer sucessores. Em muitos municípios, governo e oposição são do mesmo lado, principalmente no Nordeste. Ninguém quer ficar numa árvore que não tenha sombra. Como o governo federal está em constante conflito, até com ele mesmo, é melhor ficar na mesma árvore onde está o adversário. Lá na frente, se aparecer algum afago e se for interessante, adere-se. É a velha política. Quem duvidar, é só fazer um retrospecto histórico da Ditadura Militar para cá. Inúmeros líderes no Nordeste, que hoje choram a prisão de Lula, abraçaram os militares, juraram amor a Sarney, choraram a morte de Tancredo, saudaram a social democracia tucana e viraram petistas desde criancinhas. Se o governo Bolsonaro pegar, estarão um dia postando fotos ao seu lado e fazendo gestos de armas com as mãos.
CEJDS em obras
A empresa Grado já está reformando a telhado do salão do Colégio Estadual José Dantas de Souza, desde a última quinta-feira (28). Enquanto a empresa se instalava, o diretor Gilberto Jacó recebeu três boas notícias. A primeira foi uma promessa do governador Rui Costa para substituição de todo o piso do colégio. O engenheiro Pedro Ivo disse que já estava com a Ordem de Serviço em mãos e estará na escola nesta terça-feira (2) para orientar como será feita a obra. A segunda foi a confirmação da revisão da parte elétrica e da implantação do forro nas 4 salas restantes, e ainda nesta semana. Por fim, será feito um estudo para viabilizar a implantação de aparelhos de ar condicionado nas salas. Uma vez tudo isso pronto, daria ao CEJDS estrutura de excelência. Com os novos professores que chegaram, não terá mais sentido nenhum a escola continuar com médias tão baixas no Enem. Vamos ver.
Safra recorde
A esperança do sertanejo de que teremos uma safra recorde este ano está consolidada. Não há lugares na região que não tenham recebido quantidade generosa de chuva. As variações indicam de 30 a 90 milímetros. Está tudo cheio. Seria azar imensurável não ter safra este ano, depois de seis fracassos consecutivos. A maior seca da história chegou ao fim e é hora de arregaçar as mangas e trabalhar. Já falam em uma safra inesquecível. É fartura que vem!
Estradas intransitáveis
O outro lado da chegada das chuvas também se apresenta, e não é bom. As estradas vicinais dos municípios da região estão em petição de miséria. Até que as prefeituras lutam para colocar tudo em ordem, mas a quantidade de estragos foi inimaginável. É preciso um pouco de paciência. Já as estradas asfaltadas, cheias de buracos, passaram a ter mais buracos ainda. A BA 393, que Liga a BR 110, passa por Heliópolis e vai até Poço Verde-SE, foi alvo de um pedido especial do prefeito Ildinho ao governador Rui Costa. A promessa é que antes do São Pedro a estrada estará recuperada. Antes tarde do que nunca.
Mercado de Poço Verde
  Semana passada, uma parte da história de Poço Verde veio ao chão. O velho mercado, encravado no centro da cidade, foi demolido pela Prefeitura Municipal. Não havia outro meio a fazer. O edifício já estava todo desconfigurado e não representava mais nem mesmo a preservação do aspecto arquitetônico. Era apenas morada de ratos, baratas e outros seres indesejáveis. No lugar será construída uma Praça de Eventos. E tomara que seja útil para a população.