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Neópolis - Cidades do Velho Chico - 31

ECCA na Cienart. Bancada ou palco?

                                 Landisvalth Lima
O grupo musical Cordas & Sons foi muito aplaudido na Cienart 2017
(Foto: Landisvalth Lima)
Sabe aquelas coisas que nós pensamos que nunca acontecem conosco? Pois bem, elas acontecem comigo. Sim, é verdade e sem exageros. Minha primeira experiência com a Cienart – Feira Científica de Sergipe, foi um desastre. Explico: desenvolvo com os alunos das turmas 1º J, 1º K e 3º C, D, E e F um projeto que é o II ECCA, Encontro de Comunicação, Cultura e Arte, no Colégio Professor João de Oliveira. Incentivado pela professora Jobeane, fiz a inscrição no Cienart, mas disse a ela que o tema deste ano era sobre Matemática e o meu trabalho era inteiramente ligado à palavra, à Língua Portuguesa. Ela insistiu e assim o fiz.
Depois de inúmeros meandros burocráticos, o meu ECCA, o trabalho sobre O samba - da professora Conceição, o trabalho da turma do Poço Verde Cordas & Sons - do professor Josafá, o trabalho sobre o Rio Real - da professora Jobeane França, o trabalho sobre A biodiversidade da caatinga - do professor Ricardo Oliveira foram aprovados. Só que o meu e o do professor Josafá eram para palco e os outros eram para bancada. Para minha surpresa, o meu ficou como bancada. Segundo eles, não haveria como eu apresentar oralmente o trabalho e usar projetor de slides ou vídeo. Teria que ir para a bancada.
Tudo bem. Vamos para a bancada. Mas qual? Inicialmente disseram que seria a 11, mas ela não existia. Fui falar com a coordenadora que alegou ter me enviado um e-mail e deu retorno. Eu disse a ela que tinha recebido todos os e-mails. Depois de algum tempo, mandou-me ir para a bancada 111, que já estava ocupada. Voltei e falei com uma professora japonesa que fala português perfeitamente. Ela descobriu o erro e disse que não era a 111, era a 101. Finalmente! Agora, mesmo não podendo usar projetor de slides, eu poderia ligar meu computador e passar o vídeo com os melhores momentos do ECCA, detalhando o projeto de minha disciplina.
Não foi desta vez. A bancada ficou próxima a um ventilador que umidifica o ambiente e estava alagada. Isso mesmo, alagada. Eu não iria ligar ali um computador. A japonesa, sinceramente triste, disse-me quase com o ar atônito de sinceridade. “Isso nunca aconteceu, professor! Desculpe-nos!”. E tinha que acontecer comigo. Fui sorteado para a experiencia científica inovadora: “Como deixar um professor mais decepcionado que o olhar fixo no seu contracheque?”. Não foi desta vez.
Apesar da segunda grande decepção da vida, matemática e financeiramente falando, não vou aqui atirar pedras sobre a VII Feira Científica de Sergipe, realizada nesta sexta-feira, 27 de outubro, das 8h às 16h, no Centro de Vivência da Universidade Federal de Sergipe - UFS. O evento é de fundamental importância para a educação sergipana. Precisa apenas deixar claro que a coisa é destinada à ciência, porque vejo que a cultura artística está relegada a um segundo plano. Coordenada pela Associação Sergipana de Ciência (ASCi), a Feira faz parte da programação da Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT). Ao todo, são 241 trabalhos de divulgação institucional, popularização da ciência, apresentações de bolsistas do Programa de Iniciação Científica Júnior (PIBICJr) e da Educação Básica (CIENART).
Trabalhos realizados por bolsistas do Programa de Iniciação Científica Júnior (PIBICJr) são avaliados na Feira, concorrendo ao Prêmio Destaque em PIBICJr Sergipe 2016/2017. Os 169 que fazem parte do projeto CIENART são apresentados em palco e em bancada, por equipes de alunos e professores de colégios públicos e particulares de Sergipe, sendo também avaliados e premiados ao final da Feira. A Feira Científica de Sergipe é o maior evento de popularização da ciência do estado durante a SNCT. Um momento de integração entre cientistas, professores, estudantes e a sociedade como um todo. A falha que ocorreu comigo, espero que tenha sido um fato isolado.
Nossos professores e alunos marcaram presença, divulgaram o CEPJO e nossos trabalhos. O grupo Cordas & Sons arrancou aplausos do público com um pot-pourri sobre o carnaval e o forró. Cumpriram com nobreza os seus respectivos papéis. São dignos de aplausos.

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